Estudo mostra que Ártico aqueceu 3x mais que a Terra em 49 anos

Um estudo realizado pelo Programa de Monitoramento e Avaliação do Ártico (AMAP), divulgado na última quinta-feira (20), revelou que o Ártico esquentou três vezes mais do que o planeta no período de 1971 até 2019 (49 anos). Em comparação com a Terra, que elevou sua temperatura em cerca de 1 ºC, o Ártico teve um aumento de 3,1 ºC. 

A mudança climática afeta diretamente o meio ambiente, a economia e as sociedades que vivem no Ártico, e acarretam alterações no globo terreste como um todo. Entre essas transformações, têm-se: o aumento do nível do mar; a mudança do ecossistema local; incêndios que resultam na emissão de carbono para atmosfera; e a pesca na região, que afeta a economia local diretamente. 

Essa pesquisa mostrou também que o aumento de temperatura gerou outros problemas climáticos: nevascas e chuvas no Ártico, que aumentaram cerca de 9% e 24% respectivamente; cobertura de neve que diminuiu cerca de 21% no período analisado.  

Caso o aumento de temperatura da Terra se limite e 1,5 ºC, proposta pelo Acordo de Paris, não seja cumprido e a temperatura se eleve para 2 ºC, as chances de o gelo do mar da região desaparecer no verão são 10 vezes maiores. 

O relatório previu ainda que, até o final do século, dependendo das emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, a temperatura média do Ártico deverá subir de 3,3 a 10 graus acima da média registrada entre 1985 e 2014.