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'Puro alívio', diz brasileiro após quarentena obrigatória em hotel de Londres

Wagner Araújo fez parte do 1º grupo de estrangeiros obrigado a ficar 10 dias isolado

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Casal na porta de hotel dá entrevista em Londres
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Era quase uma da manhã desta 6ª feira (26.fev) quando o empresário Wagner Araújo deu um grito entusiasmado às câmeras de TV que estavam em frente ao hotel Radisson Blu, ao lado do aeroporto de Heathrow, na periferia de Londres. "É puro alívio", disse.

Wagner e a mulher dele, Elaine Araújo, fazem parte do primeiro grupo de pessoas que foi obrigado a cumprir quarentena de 10 dias em um quarto de hotel como condição para entrar no Reino Unido.

"Nós fomos para o Brasil com a intenção de voltar em 15 dias, mas o voo foi cancelado. Aí, a gente comprou outra passagem com outra companhia, para evitar vir na quarentena. E foi cancelado também. Aí não teve mais jeito. Não tinha mais voo para vir. Não foi uma escolha nossa", diz o mineiro, que tem uma pequena empresa de mudanças em Londres.

A medida entrou em vigor no dia 15 de fevereiro e é válida apenas para quem tem cidadanias britânica ou irlandesa ou residência fixa no país. Em todos os outros casos, é proibida a entrada de passageiros que estiveram no Brasil nos últimos 10 dias.

Nem o exame PCR negativo para o novo coronavírus, obrigatório na chegada, livra os passageiros da quarentena. Na estada forçada nos hotéis, outros dois exames são feitos.

Elaine achou exagerado. "Chegamos com o teste negativo. No segundo dia, fizemos o teste. Deu negativo novamente. Depois, no oitavo dia, fizemos de novo para dar negativo", disse.
  
Saídas do quarto são permitidas apenas por curtos períodos, acompanhados por um segurança contratado pelo governo. "Tinha muita gente que queria sair e, devido à demanda, a gente tinha que esperar um pouco. Tinha fila, era meio frustrante", conta Roger Gonçalves, motoboy e sobrinho do casal. "Agora é correr atrás do prejuízo".

A conta da estada foi de 1.750 Libras, o equivalente a quase R$ 14 mil. O preço inclui café da manhã, almoço e jantar, que eram deixados no chão, em frente à porta do quarto.

Além do Brasil, passageiros vindos de outros 32 países da chamada da "lista vermelha" são afetados por uma das políticas sanitárias mais rígidas adotadas até agora pelos britânicos. É uma estratégia para impedir que as variantes do novo coronavírus identificadas no Brasil e na África do Sul se espalhem pelo Reino Unido.

Por outro lado, quem sai de cidades britânicas também tem entrada proibida em quase toda a Europa e Ásia, além de Estados Unidos, Canadá e alguns países da América do Sul, incluindo o Brasil. Boa parte do mundo também tenta evitar a chamada cepa inglesa, que é até 70% mais contagiosa do que a forma original do novo coronavírus.

Portas fechadas


Passageiros que embarcam em cidades brasileiras com destino ao exterior estão proibidos de entrar em 118 países, incluindo a maioria da Europa, Ásia e América do Norte, segundo levantamento do site Skyscanner.

Apenas 8 países e um território adotam restrições leves para quem sai do Brasil: Costa Rica, República Centro Africana, Reino do Tonga, Afeganistão, Nauru, Gibraltar, Albânia, Macedônia do Norte e Eslováquia, o único integrante da União Europeia.

Este grupo exige pelo menos um teste negativo para o novo coronavírus feito 72 horas antes da chegada. Outros 98 países têm restrições consideradas moderadas, como a obrigatoriedade da quarentena por até 2 semanas depois da chegada.
 
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