Trump fora do Twitter acende debate sobre regulação das redes sociais
Presidente americano teve a conta excluída definitivamente nesta semana
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A suspensão definitiva da conta do presidente americano Donald Trump do Twitter acendeu o debate sobre a regulação das redes sociais que funcionam cada vez mais como agentes políticos.
Para Marcelo Vitorino, profissional especializado no uso da internet em campanhas eleitorais, a ausência de regras claras sobre o papel das plataformas no jogo político faz com que medidas como essa soem arbitrárias e alinhadas a interesses obscuros aos usuários. "Parece oportunismo na medida em que Trump está no fim do mandato", diz.
O especialista vê grande diferença entre a atual situação e de quando Trump estava em campanha presidencial, há quatro anos, e injetava muito dinheiro na plataforma para impulsionar seus conteúdos. "Seu perfil e o conteúdo que gera não mudou nesse meio tempo, então por que agora a plataforma resolveu que o que posta é impróprio?", questiona Vitorino.
Diferente do Brasil, nos Estados Unidos, os candidatos têm que comprar o horário de propaganda política nos meios de comunicação e as emissoras de TV não são obrigadas a dar o mesmo espaço a cada campanha durante as corridas eleitorais. Trump foi acusado de disseminar fake news nas eleições em que saiu vencedor. O estrategista de sua campanha, Steve Bannon, foi preso no ano passado acusado de desviar dinheiro de uma campanha de apoio à construção de um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Ele pagou fiança de US$ 5 milhões e foi liberado.
Segundo o Twitter, a conta do presidente incitou atos de violência e, por isso, desrespeitou as diretrizes da plataforma. Na última quarta-feira (6 jan.), apoiadores do presidente incitados por Trump nas redes sociais invadiram o prédio do Capitólio em Washington para impedir uma cerimônia de formalização da vitória de Joe Biden. Quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
Para o pesquisador sobre ciência de dados e redes sociais Fabio Malini, a medida não teve motivações claras e, por isso, é passível de ser questionada. "Trata-se de uma decisão deliberada de uma empresa sem qualquer tipo de regulação. Amanhã pode ser um adversário do Trump. A falta de regulação das plataformas gera uma lógica de que a lei do mais forte predomina. Mais obscurece do que ilumina", diz.
A grande preocupação do pesquisador é com o fim da conta de Trump é a falta de acesso ao seu histórico, algo valioso para estudos futuros sobre o atual período político nos Estados Unidos. "A plataforma deveria manter um sistema em que figuras públicas possam manter público seu acervo para análise futura dos metadados", diz.
Procurado, o Twitter afirmou que participa de diferentes fóruns de discussão sobre regulação, "no intuito de colaborar para um debate amplo e democrático sobre as redes sociais no Brasil e no mundo". "O Twitter tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma. Violações a essas regras, que seguem em constante evolução para fazer com que as pessoas se sintam mais seguras ao usar o nosso serviço, estão sujeitas às medidas cabíveis", continuou a plataforma.
Para Marcelo Vitorino, profissional especializado no uso da internet em campanhas eleitorais, a ausência de regras claras sobre o papel das plataformas no jogo político faz com que medidas como essa soem arbitrárias e alinhadas a interesses obscuros aos usuários. "Parece oportunismo na medida em que Trump está no fim do mandato", diz.
O especialista vê grande diferença entre a atual situação e de quando Trump estava em campanha presidencial, há quatro anos, e injetava muito dinheiro na plataforma para impulsionar seus conteúdos. "Seu perfil e o conteúdo que gera não mudou nesse meio tempo, então por que agora a plataforma resolveu que o que posta é impróprio?", questiona Vitorino.
Diferente do Brasil, nos Estados Unidos, os candidatos têm que comprar o horário de propaganda política nos meios de comunicação e as emissoras de TV não são obrigadas a dar o mesmo espaço a cada campanha durante as corridas eleitorais. Trump foi acusado de disseminar fake news nas eleições em que saiu vencedor. O estrategista de sua campanha, Steve Bannon, foi preso no ano passado acusado de desviar dinheiro de uma campanha de apoio à construção de um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Ele pagou fiança de US$ 5 milhões e foi liberado.
Segundo o Twitter, a conta do presidente incitou atos de violência e, por isso, desrespeitou as diretrizes da plataforma. Na última quarta-feira (6 jan.), apoiadores do presidente incitados por Trump nas redes sociais invadiram o prédio do Capitólio em Washington para impedir uma cerimônia de formalização da vitória de Joe Biden. Quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
Para o pesquisador sobre ciência de dados e redes sociais Fabio Malini, a medida não teve motivações claras e, por isso, é passível de ser questionada. "Trata-se de uma decisão deliberada de uma empresa sem qualquer tipo de regulação. Amanhã pode ser um adversário do Trump. A falta de regulação das plataformas gera uma lógica de que a lei do mais forte predomina. Mais obscurece do que ilumina", diz.
A grande preocupação do pesquisador é com o fim da conta de Trump é a falta de acesso ao seu histórico, algo valioso para estudos futuros sobre o atual período político nos Estados Unidos. "A plataforma deveria manter um sistema em que figuras públicas possam manter público seu acervo para análise futura dos metadados", diz.
Procurado, o Twitter afirmou que participa de diferentes fóruns de discussão sobre regulação, "no intuito de colaborar para um debate amplo e democrático sobre as redes sociais no Brasil e no mundo". "O Twitter tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma. Violações a essas regras, que seguem em constante evolução para fazer com que as pessoas se sintam mais seguras ao usar o nosso serviço, estão sujeitas às medidas cabíveis", continuou a plataforma.
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