Modelo é condenada à prisão por agredir mulher em restaurante de Jockey Club
Caso ocorreu em janeiro de 2020, em São Paulo; vítima ficou com o rosto desfigurado por meses
Camila Stucaluc
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou a modelo Fernanda Silva Bonito a três anos de prisão por agredir a corretora Milka Borges em um restaurante de luxo dentro do Jockey Club de São Paulo. Por ser ré primária, a Corte permitiu que a modelo cumpra a sentença em regime semiaberto e recorra da decisão em liberdade.
O caso aconteceu em 11 de janeiro de 2020. Na data, Fernanda e Milka se envolveram em uma discussão depois que a modelo tentou furar a fila para usar o banheiro do restaurante. O desentendimento acabou evoluindo para uma luta corporal, com Fernanda atirando uma taça de vidro na corretora – que ficou com o rosto desfigurado por meses.
Na decisão, a juíza Fernanda Helena Benevides Dias entendeu que a modelo foi a autora comprovada da lesão corporal grave contra a consultora imobiliária. “Quem iniciou a agressão verbal e física fora a ré. Ela agiu por motivo fútil, consistente em negar-se a pegar a fila do banheiro por seu namorado ser o dono do restaurante”, disse.
A magistrada ainda descartou a tese apresentada pela defesa de Fernanda, que alegava ter agido em legítima defesa por ter recebido uma golpe de “gravata” de Milka ao furar a fila do banheiro. Ela explicou que a corretora estava de cócoras quando foi atingida pelo copo de vidro, “de modo que se agressão houve por parte desta, já havia cessado”. “Portanto, o que teria tido se caracteriza como vingança e não autodefesa”, frisou.
+ Genro que empurrou sogra de escada vira réu por tentativa de feminicídio
Em relação à indenização à vítima, a juíza não determinou uma quantia mínimo, pois o Ministério Público não indicou um valor exato para os danos materiais. O processo segue em tramitação na Justiça Cível, onde Milka pede cerca de R$ 800 mil por despesas com cirurgias, médicos, fisioterapias e outros procedimentos para o tratamento do rosto.
Pelas redes sociais, a advogada de Milka, Carolina Fichmann, comemorou a decisão do TJSP. “Foram cinco anos de luta na Justiça para provar que o caso foi gravíssimo e precisava de uma resposta para a sociedade. Embora a gente considere que a pena foi baixa, não é uma questão da Justiça, mas da lei em vigor no país”, disse ela.
O SBT News tentou contato com Fernanda, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem. O espaço permanece aberto.