Delegado Maurício Demétrio é condenado por obstrução de justiça
Preso desde 2021, o delegado foi condenado a 9 anos e seis meses de reclusão e perdeu a função pública
A 1ª Vara Criminal Especializada no Combate ao Crime Organizado do Rio condenou o delegado Maurício Demétrio a nove anos e sete meses de reclusão por obstrução da justiça. A decisão do juiz Bruno Monteiro Ruliere determina ainda a perda do cargo e o pagamento de R$ 367 mil, equivalente a 52 dias-multa no valor de cinco salários mínimos.
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Preso na Operação Carta de Corso, em 2021, Demétrio utilizava o cargo de titular na Delegacia de Repressão Imaterial para cobrar propina de lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, para permitir a venda de roupas falsificadas. Ele também é acusado de montar falsos “dossiês” para incriminar autoridades e, assim, impedir investigações sobre as suas atividades.
Na decisão, Ruliere nega o direito do réu recorrer em liberdade e aponta que Maurício Demétrio utilizou a sua função de delegado de polícia e toda a estrutura da instituição policial para criar um complexo plano, que contou com a instauração de procedimentos policiais e administrativos disciplinares fraudulentos.
“O acusado implementou uma insaciável e perversa exposição pública de seus alvos, em especial delegados de polícia, por meio de intensa divulgação na mídia (por ele fomentada) de narrativas marcadas por falsas acusações de crimes", diz a decisão.
"A desconstrução pública da imagem de pessoas, em especial pelo uso de grandes meios de comunicação, traduz em consequência de superlativa danosidade que, certamente, é impossível de ser restabelecido ao status anterior ao ilícito”, finaliza.
