Caso Bernardo: começa o novo julgamento do médico Leandro Boldrini
Leandro é acusado de planejar a morte do próprio filho, em 2014
Luciane Kohlmann
Começou nesta 2ª feira (20.mar) o novo julgamento do médico Leandro Boldrini, acusado de planejar a morte do próprio filho. O crime aconteceu, há nove anos, em Três Passos, interior do Rio Grande do Sul.
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Sob forte esquema de segurança, Leandro Boldrini, de 47 anos, voltou ao fórum. Há quatro anos, ele foi condenado a mais de 33 anos de prisão. Com a anulação do último júri, o médico voltou ao banco dos réus.
A promotoria, responsável pela acusação, iniciou a sessão exibindo, aos jurados, vídeos e áudios do processo. "Essas escutas mostram uma frieza do pai, e ele não fala nunca com emoção do filho", afirmou a promotora de Justiça, Lúcia Helena Callegari.
Em um deles, Bernardo pede socorro e acusa o pai e a madrasta, Graciele, de agressão.
Durante a exibição, Leandro chorou e pediu para deixar a sala. O vídeo também revela que o casal costumava dar remédios para "acalmar" o menino.
Bernardo Boldrini, de 11 anos, sumiu em abril de 2014, em Três Passos, no interior do estado. O corpo foi encontrado 10 dias depois do crime, enterrado em Frederico Westphalen. Câmeras mostram que o menino foi levado até a cidade vizinha pela madrasta, Graciele Ugulini. Os dois embarcaram no carro da amiga dela, Edelvania Wirganovicz.
Segundo a polícia, Bernardo recebeu uma dose letal de sedativo, receitado pelo pai, e foi enterrado numa cova, aberta dias antes por Evandro Wirganovicz. Os motivos do crime seriam a herança da mãe do garoto e o fato da criança atrapalhar o relacionamento do casal.
Em outro vídeo, Bernardo aparece dentro de um armário reclamando da gravação.
Depois da exibição das provas, a primeira testemunha a ser ouvida foi a delegada Caroline Bamberg Machado, responsável pelo caso. Ela revelou as contradições iniciais das versões apresentadas pelos suspeitos. A delegada contou que estranhou a frieza do pai e a tentativa de criar falsos álibis.
Outra gravação mostra Bernardo com uma faca na mão. Depois, ele surge com um facão, ameaçando o pai.
A delegada disse que estranhou o pai apresentar essas imagens à polícia: "deu a entender que ele queria se precaver de alguma coisa, dando a impressão que ele achava acreditava que o Bernardo oferecia risco pra ele. Quem vê aquele vídeo percebe nitidamente que o Bernardo é um menino totalmente acuado, provocado pelo pai, ele não oferece risco nenhum. Quem provoca ele é sempre o pai".
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