Farmacêutica é condenada a pagar R$ 1.2 milhão por morte de Boechat
Empresa foi condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em ação por danos morais movida pelos filhos do jornalista
SBT News
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a empresa Libbs Farmacêutica a indenizar os dois filhos do jornalista Ricardo Boechat, morto em acidente de helicóptero em 2019, em R$ 1.2 milhão. Paula e Rafael Boechat moveram uma ação por danos morais pela falta de segurança no transporte do jornalista, que havia sido contratado pela empresa para fazer uma palestra sobre a situação política do país.
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O relatório final da investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), da Força Aérea Brasileira (FAB), sobre o acidente, apontou que a queda teve como causa a falta de manutenção do helicóptero. Além disso, a empresa não tinha autorização para fazer táxi-aéreo e nem o piloto permissão para esse tipo de voo. Em 2011, a empresa já havia sido multada por prestar um serviço sem autorização.
Relembre a trajetória do jornalista Ricardo Boechat
No processo, a Libbs alegou que a contratação do táxi-aéreo foi feito pela empresa que organizou o evento, a Zum Brasil. Contudo, no entendimento do juiz Dimitrios Zarvos Varellis "a ré assumiu, e por escrito, junto ao falecido, a plena responsabilidade por seu transporte seguro" e por ser uma gigante da área farmacêutica nacional "tinha totais condições de acompanhar mais de perto o processo de contratação da transportadora, inclusive mediante a contratação de uma pessoa experiente neste tipo de transporte"
"a partir do momento em que assumiu a plena responsabilidade pelo transporte do de cujus, a ré tinha obrigação de se certificar da melhor escolha possível da transportadora, e isto não ocorreu no caso dos autos, certeza que se extrai da leitura da contestação na qual em momento algum a requerida disse ter buscado qualquer informação a respeito da empresa RQ Serviços Aéreos Especializados Ltda", reforça o juiz na decisão
Procurada pelo SBT News, a Libbs Farmacêutica afirmou não comentar processos judiciais.
A empresa ainda pode recorrer da decisão.