Fabricantes têm 10 dias para explicar uso de soro de leite em bebidas
Justiça quer saber se consumidores têm informações claras sobre a composição dos produtos
Oito fabricantes e distribuidores de laticínios terão que prestar esclarecimentos ao Ministério da Justiça sobre a utilização de soro de leite na produção de bebidas lácteas. As empresas foram notificadas pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon/MJSP), que também investiga a composição do leite comercializado e o aumento nos preços dos produtos.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
A pasta informou ainda que deseja saber se os consumidores têm acesso à informações claras sobre a composição dos produtos, os valores nutricionais e o conteúdo dos rótulos. Tudo isso para que o cliente, no ato da compra, não confunda leite com a bebida láctea, que é a sobra no processo de fabricação de queijos, e, portanto, mais barata.
"Recentemente, publicações na imprensa reportam que consumidores têm feito confusão na hora de diferenciar os dois produtos nas prateleiras dos supermercados e optado pelas bebidas lácteas por um preço mais em conta", disse o ministério, acrescentando que as empresas terão 10 dias para se justificar e, no caso de processo, podem pagar multa de até R$ 13 milhões.
+ Redução do preço do diesel nas refinarias começa a valer nesta 6ª
+ Aumento da inflação força brasileiros a mudarem hábitos alimentares
De acordo com o último levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o leite longa vida acumula alta de 29,28% nos últimos 12 meses e de 28,03% somente em 2022. Em alguns estabelecimentos, o preço cobrado pelo produto chega a R$ 8,29.
Empresas notificadas:
- Danone Ltda;
- Italac;
- Lactalis do Brasil Comércio, Importação e Exportação de Laticínios;
- Laticínios Bela Vista (Piracanjuba);
- Laticínios Porto Alegre Indústria e Comércio;
- Nestlé Brasil;
- Quatá Alimentos e Laticínios;
- Vigor Alimentos.
Em nota, a Vigor afirmou que "não recebeu notificação oficial da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon/MJSP) e que não tem ciência do teor dos questionamentos em questão" e que "preza pela qualidade dos produtos oferecidos aos seus consumidores, pela conformidade com a legislação vigente e pela transparência de suas práticas comerciais", estando à disposição da Senacom para esclarecimentos.
