"Gatinha da Cracolândia" é condenada a cinco anos de prisão por tráfico
Ela foi absolvida em outro processo, mas ainda é acusada de participar de organização criminosa
Derick Toda
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou, nesta 2ª feira (11.abr), a estudante Lorraine Cutier Bauer Romeiro, conhecida como "Gatinha da Cracolândia", a cinco anos de prisão e multa no valor de R$ 50 mil. No processo julgado hoje, ela foi condenada pelo crime de tráfico de drogas, após a prisão em flagrante em 30 de junho de 2021.
Na época, a estudante tentou fugir de uma operação envolvendo guardas civis e policiais militares na Cracolândia, região central de São Paulo. Durante a revista, a jovem foi flagrada com 10 porções de cocaína, 10 de crack e seis de maconha escondidas nas roupas íntimas.
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Em fevereiro de 2022, Lorraine foi absolvida de outra acusação de tráfico. Ao julgar o caso, o juiz Gerdinaldo Quichaba Costa afirmou haver insuficiência de provas ligando a jovem ao crime de tráfico de drogas. No processo, a promotoria narra que, ao ser presa em casa, na cidade de Barueri, na Grande São Paulo, ela teria informado aos policiais que havia escondido uma mochila com quase 420 kg de drogas em um hotel da região da Cracolândia.
Durante audiência em juízo, no entanto, a jovem negou que tivesse informado aos policiais o local da mochila. Para o juiz, não houve registro formal da confissão da moça sobre o local da droga, o que levanta suspeitas sobre se o material pertence realmente a ela, já que estava há mais de 30 km do local da apreensão. Ainda segundo o magistrado, os investigadores do caso deveriam ter se aprofundado mais nas apurações sobre o celular supostamente apreendido com a moça, que ligaria ela a traficantes da região.
A traficante Lorraine Bauer, 19 anos, teve a prisão preventiva decretada no dia 23 de julho de 2021, pela Justiça de São Paulo após ser presa na casa do namorado André Luis Almeida, detido suspeito de cometer o mesmo crime. Segundo as investigações, Lorraine vendia drogas dentro de tendas na cracolândia há pelo menos quatro meses e faturava em média R$10 mil por semana. Desde 27 de agosto do ano passado, ela está no Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo. A jovem ainda responde pelo crime de organização criminosa com mais 22 acusados, no entanto, não há previsão para a audiência.
