PF: Ciro Nogueira teria recebido propina para apoiar reeleição de Dilma
Segundo relatório enviado ao STF, parte da "vantagem indevida" foi encaminhada ao PP, por determinação de Nogueira
A Polícia Federal concluiu, em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), teria cometido crime de corrupção e lavagem de dinheiro. O relatório final do inquérito foi enviado à Corte nesta 6ª feira (8.abr).
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Segundo as informações enviadas ao STF, houve suposto pagamento de propina do empresário Joesley Batista ao ministro para que o seu partido -- PP -- apoiasse a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. O inquérito está no STF desde 2018.
"De tudo o que já foi demonstrado nessa investigação, resta evidente que Joesley Batista está dizendo que, a partir daquele momento, eles iriam começar a fazer repasses de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), regulares para Ciro Nogueira", diz o relatório.
Na conclusão, a PF assevera que o empresário, por solicitação de Edson Antônio Edinho Da Silva e auxiliado por Ricardo Saud, fez repasses de "vantagens indevidas para Ciro Nogueira Lima Filho, visando a garantir o apoio do Partido Progressista às eleições da Presidente Dilma Rousseff, no ano de 2014. Parte da vantagem indevida foi encaminhada ao Partido Progressista, por determinação de Ciro Nogueira Lima Filho, por intermédio de doação eleitoral oficial, como consta nos recibos da prestação de campanha"
A defesa do ministro publicou uma nota de contestação ao relatório da PF:
"A defesa técnica do Ministro Ciro Nogueira estranha o relatório da Polícia Federal, pois a conclusão é totalmente baseada somente em delações que não são corroboradas com nenhuma prova externa. Até porque a narrativa das delações não se sustenta.
A Defesa tem absoluta confiança que o tempo das delações sem nenhuma fundamentação já está devidamente superado pelas decisões independentes do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal.
Continuamos à disposição do Poder Judiciário com plena convicção que a verdade prevalecerá. O império das delações falsas e dirigidas não mais se sustenta"
Confira a íntegra do relatório: