Operação da PF prende chefe de gabinete do governo do Acre
2ª fase da Ptolomeu investiga supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiros por agentes públicos e empresários
Na manhã desta 4ª feira (22.dez), a Polícia Federal prendeu de forma preventiva a chefe de gabinete do governo do Estado do Acre, Rosângela Gama, durante a 2ª fase da Operação Ptolomeu.
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A ação policial investiga supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por membros ligados ao governo do Acre. O grupo formado por empresários e agentes públicos teria aparelhado a estrutura estatal para cometer crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, desviando recursos públicos e ocultando o destino dos valores.
Durante esta fase, a segunda, os agentes da PF detectaram que servidores públicos, entre elas, Rosângela, estariam atrapalhando a investigação, na tentativa de destruir provas que são fundamentais para dar segmento das apurações após a realização da 1ªfase. Ao menos R$ 3,4 milhões em bens, veículos e dinheiro de investigados foram apreendidos.
Além da chefe de gabinete do governador, Rosangela Gama, os mandados cumpridos também envolvem o secretário de Estado da Indústria, Ciência e Tecnologia, Anderson Abreu de Lima, que é tio do governador; o assessor do escritório do governo acreano em Brasília, Sebastião da Rocha; e o chefe de segurança do governador, Amarildo Camargo, que desde julho passou a ter status de secretário da Casa Militar.
Na 1ª fase da Operação Ptolomeu, foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deu aval à operação, determinou o afastamento das funções públicas de todos os envolvidos na investigação.
O empresário e empreiteiro Rodinei Soares de Souza, ou Rodinei Estrela, foi levado para a sede da Polícia Federal no Rio Branco, e está neste momento em um presídio da capital acreana.
Apartamento de governador foi alvo de buscas
Além disso, o apartamento do governador do Acre, Gladson Cameli (PP) foi um dos alvos da Polícia Federal e lá foram feitas buscas. Os agentes também estiveram no escritório do governador, no Palácio Rio Branco e na Casa Civil.
Mandados também foram cumpridos no Estado do Amazonas
No Estado do Amazonas, outros mandados foram cumpridos e tem relação direta com o governador do Acre -- Eládio Messias Cameli, pai do governador; e Gledson de Lima Cameli, irmão do governador -- além de três empresas citadas, as construtoras Rio Negro, Etam e Marmud Cameli & Cia Ltda.
Em nota, Eládio Cameli afirma que "as empresas das quais é sócio não participaram de processos licitatórios ou de contratações diretas com o governo do Acre na atual gestão" e que "todo seu patrimônio é fruto de décadas de trabalho, tendo como comprovar a origem lícita da integralidade do patrimônio".
Leia a íntegra da nota:
"O empresário Eládio Cameli, em razão do noticiário, vem a público esclarecer que:
- Ele e as empresas das quais é sócio não participaram de processos licitatórios ou de contratações diretas com o governo do Acre na atual gestão;
- Inexiste a movimentação de R$ 420 milhões em sua conta corrente;
- Todo seu patrimônio é fruto de décadas de trabalho, tendo como comprovar a origem lícita da integralidade do patrimônio;
- Ele confia na Justiça brasileira e espera que, ao final da investigação, seja verificada sua total isenção com relação a qualquer fato tratado na investigação."