PMs que mataram engenheiro e adulteraram cena do crime são condenados
Justiça Militar condenou três policiais a mais de 14 anos de cadeia; um quarto acusado pegou dois anos
A Justiça Militar do estado de São Paulo condenou quatro policiais pela morte de um engenheiro inocente, em julho, na capital paulista. Os quatro PMs condenados eram da Força Tática, do 27º Batalhão, na zona sul da cidade.
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O sargento Cristiano Procópio Magalhães e os cabos Alex Medeiros e Dimas dos Santos Silva foram condenados a 14 anos, três meses e 15 dias de prisão por falsidade ideológica, fraude processual, abandono de posto e reunião em grupo para cometer atos de violência. O cabo Tiago Vieira da Silva foi condenado a dois anos de cadeia apenas pela fraude processual.
Segundo o Ministério Público, os PMs mataram o engenheiro civil Vinícius Oliveira, de 36 anos, depois de uma perseguição, em 11 de julho. Imagens de câmeras de segurança mostram que os policiais executaram o engenheiro, colocaram a vítima no banco traseiro do próprio veículo e deixaram o local do crime. Os PMs criaram uma farsa para simular que ele havia resistido à prisão.
"Tudo indica que, a partir de um desentendimento de trânsito, policiais militares perseguiram e efetuaram disparos pelas costas de um civil que dirigia seu veículo e que só parou o carro porque foi atingido mortalmente por um disparo feito pelos policiais militares. Um conduta absolutamente inaceitável sob qualquer ângulo que se encare", disse o promotor Edson Corrêa Batista.
A farsa montada pelos policiais também foi registrada por câmeras de segurança. Um dos PMs jogou areia nas manchas de sangue no local do crime para atrapalhar o trabalho da perícia.
Os policiais ainda serão julgados no Tribunal do Júri pelo assassinato do engenheiro. "Não vejo outra saída senão a condenação no Tribunal do Júri pelo crime de homicídio", acrescentou o promotor.
Três policiais estão presos no presídio militar Romão Gomes. Um processo administrativo pode levar à expulsão dos PMs da corporação.