Barroso não "foi a favor da soltura de Lula", como diz Bolsonaro
Ministro deu votos desfavoráveis ao ex-presidente em algumas ocasiões, como na suspeição de Moro
Fernanda Bastos
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou, nesta 2ª feira (3.ago), a defender o voto impresso nas eleições de 2022 e a atacar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso. "Não podemos permitir que o ministro [Luís Roberto Barroso] que participou da soltura do Lula e fez ele se tornar elegível, conte secretamente os votos", afirmou. No entanto, o SBT News levantou que o presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) não favoreceu o ex-presidente em suas decisões.
Em junho deste ano, Barroso votou contra a suspeição de Sergio Moro, ex-juiz da operação Lava Jato que expediu o pedido de prisão de Lula. O ex-presidente ficou preso durante 580 dias na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba.
Por sete votos a quatro (um dos contrários de Barroso), o STF considerou que Moro agiu com parcialidade na condução do processo. Essa decisão do Supremo anulou todas as sentenças do ex-juiz no caso do tríplex, incluindo os atos praticados na fase pré-processual.
No entanto, a decisão do STF que teve como consequência a soltura do ex-presidente Lula foi a de que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado (o fim dos recursos). Por seis votos a cinco (sendo Barroso um dos contrários), a prisão após a condenação em segunda instância, que foi o que aconteceu no caso de Lula, se tornou ilegal. Um dia após a decisão, o ex-presidente foi solto.
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