PF começa investigar Bolsonaro sobre a negociação da vacina Covaxin
As investigações por prevaricação estão sendo conduzidas pelo Serviço de Inquérito da Corporação
A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar se o presidente Jair Bolsonaro teria cometido prevaricação ao não agir depois de supostamente saber de possíveis irregularidades envolvendo a compra da vacina Covaxin. A investigação está a cargo do Serviço de Inquérito, ligado a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, responsável pelo casos de autoridades com foto privilegiado.
A investigação atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de inquérito contra o presidente.
As supostas irregularidades na negociação da vacina indiana teriam sido levadas a Bolsonaro em março durante um encontro entre o presidente e os irmãos Miranda, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão Luís Ricardo Miranda que é servidor do Ministério da Saúde. Em depoimento à CPI da Pandemia, os dois revelaram que durante reunião com Bolsonaro no Palácio da Alvorada apresentaram documentos e relataram pressão para acelerar a compra da Covaxin.
Após a movimentação, o general Eduardo Pazuello chegou a enviar um documento à PGR afirmando que no dia seguinte ao encontro solicitou ao então secretário-executivo da pasta para apurar o caso e que nada de irregular foi encontrado.
Agora, a PF vai cumprir as diligências autorizadas pelo Supremo, como solicitar o compartilhamento de informações e eventuais provas, além de marcar o depoimento dos envolvidos. Inicialmente o inquérito tem 90 dias para ser concluído.