Parlamentares comentam decisão do Exército de não punir Pazuello
General e ex-ministro da Saúde foi alvo de processo disciplinar após ir à ato favorável ao governo
Parlamentares usaram as redes sociais nesta 5ª feira (3.jun) para comentar a decisão do Exército de arquivar o processo contra o general Eduardo Pazuello por participação em evento favorável ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que decisão da Força autoriza que militares participem de manifestações e "isso não será bom para uma instituição que tem o respeito do povo brasileiro".
O Exército não decidiu arquivar a denúncia contra Pazuello. O Exército decidiu que agora militar pode participar de manifestações políticas como bem entender. Isso não será bom para uma instituição que tem o respeito do povo brasileiro.
? Marcelo Ramos (@marceloramosam) June 3, 2021
O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), por sua vez, disse que tem "cada vez mais convicção de que o país vive um "chavismo de direita".
No Senado, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que espera que a decisão do Exército seja um "movimento de retirada" e que tem "certeza de que os comandantes não vão se render na guerra pela democracia".
1) Há diferença grande entre os movimentos sagazes da guerra: a retirada e a capitulação, que é a rendição ao inimigo. Quero crer que a decisão do comando do Exército é movimento de retirada, de recuo, não de capitulação.
? Renan Calheiros (@renancalheiros) June 3, 2021
2) Tenho certeza de que os comandantes não vão se render na guerra pela democracia.
? Renan Calheiros (@renancalheiros) June 3, 2021
É um movimento tático para poupar forças para a batalha final contra os golpistas e inimigos da Constituição.
O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), ressaltou que a decisão é "interna e administrativa" e que o estado democrático garante "autonomia e equilíbrio entre as instituições que o integram".
Para o senador Jean Paul (PT-RN), a decisão representa um "liberou geral" e disse que justificativa do Exército foi "lacônica". "Quantos vão afrontar a regra com base na 'jurisprudência' aberta por conta de Pazuello? Hora de repensar prerrogativas", completou.