Com voto contra Witzel, relator inicia julgamento de impeachment
Defesa do governador pediu anulação, mas tribunal negou; votação foi pausada e será retomada a tarde
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O Tribunal Especial Misto do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deu início a votação do pedido de impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). A sessão começou na manhã desta 6ª feira (30.abr). Inicialmente, o tribunal julgou o pedido da defesa de Witzel para anulação do julgamento, que foi negado pelos 10 participantes do colegiado.
Entre os pontos apresentados pela defesa, os advogados afirmaram que Witzel não conseguia acompanhar todos os movimentos da gestão. Também indicaram não ter tido acesso a documentos acrescentados ao processo após delação premiada do ex-secretário de saúde do estado, Edmar Santos. "Era imprescindível a defesa acesso à íntegra de todos os anexos", diz trecho da defesa apresentada por Eric de Sá Trotte, um dos advogados de Witzel.
O relator do processo de impeachment, deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), apresentou voto contra o apontado pela defesa. Os demais deputados e desembargadores o acompanharam. Após definir a continuidade do processo, o relator deu início ao voto para impeachment.
Carneiro fez uma apresentação de quase uma hora contra o governador eleito no Rio. O voto dele pediu pela condenação por crime de responsabilidade, com perda do cargo.
A sessão entrou em recesso e, durante a tarde, será retomada. Os outros nove membros do colegiado ainda apresentarão voto. Eles poderão seguir, ou ir contra, o apontado por Carneiro.Para o impeachment ser aprovado, são necessários 7 votos - dois terços do grupo. Se isso ocorrer, ele estará inelegível por cinco anos.
Acusação contra Witzel
O governador foi afastado do cargo por ser acusado de corrupção durante a pandemia. Há suspeita de que ele seja parte de um esquema que desviou recursos da Saúde no estado. Em entrevista ao SBT, Witzel afirmou ser inocente e criticou o processo contra ele.
Na manhã desta 6ª feira (30.abr), Witzel utilizou as redes sociais para voltar a defender a manutenção no cargo. "Não desistirei jamais do cargo a que fui eleito", escreveu.
Não desistirei jamais do cargo a que fui eleito. Espero um julgamento justo e técnico. As alegações finais do deputado Luiz Paulo são desprovidas de prova e demonstram toda sua frustração por seu grupo ter sido derrotado nas eleições, diga-se o grupo do Cabral e Picciani.
? Wilson Witzel (@wilsonwitzel) April 30, 2021