PF prende deputado Júlio Garcia, suspeito de fraudar licitações em SC
O esquema teria durado ao menos 10 anos. Ex-secretários de Estado também foram citados no processo
Presidente da Alesc, Julio Garcia | Foto: Solon Soares/Agência AL
Géssica Valentini
• Atualizado em
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A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (19.jan) o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o deputado estadual Júlio Garcia (PSD). A prisão faz parte da segunda fase da Operação Alcatraz. Garcia é acusado de fazer parte de um esquema que fraudava licitações.
O advogado do deputado, Cesar Abreu, confirmou a detenção e indicou que a prisão é domiciliar.
A investigação mira no esquema de contratação de empresas que prestavam serviços para a secretaria de administração e procuradoria-geral do estado, quando Garcia ocupava o cargo de conselheiro do tribunal de contas.
Segundo a Polícia Federal, as empresas recebiam informações privilegiadas para discutir licitações e superfaturavam os contratos para pagar propina aos agentes públicos. A polícia estima que as empresas teriam recebido R$ 500 milhões em contratos do governo do estado e teriam repassado R$ 50 milhões em propinas aos políticos envolvidos no esquema. Ao menos R$ 30 milhões já foram recuperados pela Receita.
O esquema durou pelo menos 10 anos, de 2008 a 2018. Entre os citados também estão ex-secretários de estado de um ex-governador.
A defesa do deputado disse que ele não tem qualquer envolvimento com os fatos apontados na segunda fase da operação Alcatraz da PF. A Assembleia Legislativa de Santa Catarina informou que não vai se pronunciar.