Senador tinha ao menos 166 cédulas na cueca; conheça os detalhes da operação
Delegado resolveu revistar Chico Rodrigues ao ver um "grande volume, em formação retangular" em seu pijama
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Na operação Desvid-19, deflagrada na 4ª feira (14.out), a Polícia Federal (PF) encontrou R$ 33.150 guardados na cueca e nas partes íntimas do senador Chico Rodrigues (DEM-RR). São ao menos 166 cédulas de dinheiro armazenadas, considerando que o parlamentar o teria feito da forma mais eficiente - usando, sempre que possível, a nova nota de R$ 200, estampada com o lobo guará.
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Os detalhes estão no inquérito da PF, cujo sigilo foi derrubado nesta 5ª (15).
A polícia chegou à casa do senador às 6h, munida de mandado para fazer a operação de busca e apreensão. A ideia era apreender quantias suspeitosamente altas de dinheiro (acima de R$ 20.000) ou objetos que fossem de interesse para a investigação. A polícia apurava a possível participação de Rodrigues em um possível esquema de desvio de verbas destinadas ao combate da covid-19 em Roraima.
A OPERAÇÃO
A tese da investigação é que o parlamentar estaria usando sua condição política para beneficiar empresas ligadas a ele próprio. O inquérito desenha um esquema onde o dinheiro obtido por emenda parlamentar de Rodrigues é destinado à contratação da empresa Quantum - com sobrepreço - pela Secretaria de Saúde de Roraima. O sócio da empresa, por sua vez, é cunhado de uma assessora de Rodrigues.
De acordo com o documento, todos os personagens pareciam atuar "em divisões de tarefas, em claras características de organização criminosa."
![](https://static.sbt.com.br/media/playlist/20200728153249/20200728163640/20201015223346.png)
Era o esquema em investigação quando a polícia entrou na casa do senador. As buscas foram feitas na presença dele e, depois, de um advogado. O próprio parlamentar abriu um cofre que tinha em casa, a pedido da polícia, de onde foram confiscados R$ 10 mil e US$ 6 mil guardados em espécie.
Em determinado momento, Chico Rodrigues pediu licença para trocar de roupa. Um delegado desconfiou e disse que o acompanharia.
Diz o inquérito:
O volume "destoava completamente do pijama", segundo o inquérito. Com base nisso, os policiais decidiram fazer uma revista física no senador. Encontraram R$ 15 mil.
A operação foi filmada. As imagens, em baixa qualidade, estão no processo.
![](https://static.sbt.com.br/media/playlist/20200728153249/20200728163640/20201016015422.png)
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Depois disto, o senador foi indagado mais vezes se escondia alguma quantidade adicional de dinheiro. Ao ser questionado pela terceira vez, o parlamentar, com raiva, colocou a mão dentro da cueca e retirou mais um maço de cédulas - desta vez, somando R$ 17.900.
A polícia então decidiu fazer mais uma busca pessoal. Encontrou mais R$ 250 no senador.
Segundo o inquérito, Chico Rodrigues "conseguiu ocultar momentaneamente valores que seriam provenientes ou equivalentes às infrações penais ora investigadas, como também causou embaraços à investigação criminal em curso".
Ainda de acordo com o documento, o estranho volume nas roupas do senador não foi observado quando ele recebeu os policiais em casa. O parlamentar teria colocado a quantia dentro das vestes enquanto o quarto do seu filho era alvo da busca.
Chico Rodrigues não soube explicar a origem do dinheiro.
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Os detalhes estão no inquérito da PF, cujo sigilo foi derrubado nesta 5ª (15).
A polícia chegou à casa do senador às 6h, munida de mandado para fazer a operação de busca e apreensão. A ideia era apreender quantias suspeitosamente altas de dinheiro (acima de R$ 20.000) ou objetos que fossem de interesse para a investigação. A polícia apurava a possível participação de Rodrigues em um possível esquema de desvio de verbas destinadas ao combate da covid-19 em Roraima.
A OPERAÇÃO
A tese da investigação é que o parlamentar estaria usando sua condição política para beneficiar empresas ligadas a ele próprio. O inquérito desenha um esquema onde o dinheiro obtido por emenda parlamentar de Rodrigues é destinado à contratação da empresa Quantum - com sobrepreço - pela Secretaria de Saúde de Roraima. O sócio da empresa, por sua vez, é cunhado de uma assessora de Rodrigues.
De acordo com o documento, todos os personagens pareciam atuar "em divisões de tarefas, em claras características de organização criminosa."
![](https://static.sbt.com.br/media/playlist/20200728153249/20200728163640/20201015223346.png)
Era o esquema em investigação quando a polícia entrou na casa do senador. As buscas foram feitas na presença dele e, depois, de um advogado. O próprio parlamentar abriu um cofre que tinha em casa, a pedido da polícia, de onde foram confiscados R$ 10 mil e US$ 6 mil guardados em espécie.
Em determinado momento, Chico Rodrigues pediu licença para trocar de roupa. Um delegado desconfiou e disse que o acompanharia.
Diz o inquérito:
"Nesta hora, o Delegado Wedson percebeu que havia um grande volume, em formato retangular, na parte traseira das vestes do Senador CHICO RODRIGUES, que utilizava um short azul (tipo pijama) e uma camisa amarela.
Considerando o volume e seu formato, o Delegado Wedson suspeitou estar o Senador escondendo valores ou mesmo algum aparelho celular. Ao ser perguntado sobre o que havia em suas vestes, o Senador CHICO RODRIGUES ficou bastante assustado e disse que não havia nada."
O volume "destoava completamente do pijama", segundo o inquérito. Com base nisso, os policiais decidiram fazer uma revista física no senador. Encontraram R$ 15 mil.
A operação foi filmada. As imagens, em baixa qualidade, estão no processo.
![](https://static.sbt.com.br/media/playlist/20200728153249/20200728163640/20201016015422.png)
![](https://static.sbt.com.br/media/playlist/20200728153249/20200728163640/20201016015506.png)
Depois disto, o senador foi indagado mais vezes se escondia alguma quantidade adicional de dinheiro. Ao ser questionado pela terceira vez, o parlamentar, com raiva, colocou a mão dentro da cueca e retirou mais um maço de cédulas - desta vez, somando R$ 17.900.
A polícia então decidiu fazer mais uma busca pessoal. Encontrou mais R$ 250 no senador.
Segundo o inquérito, Chico Rodrigues "conseguiu ocultar momentaneamente valores que seriam provenientes ou equivalentes às infrações penais ora investigadas, como também causou embaraços à investigação criminal em curso".
Ainda de acordo com o documento, o estranho volume nas roupas do senador não foi observado quando ele recebeu os policiais em casa. O parlamentar teria colocado a quantia dentro das vestes enquanto o quarto do seu filho era alvo da busca.
Chico Rodrigues não soube explicar a origem do dinheiro.
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