PF: operações ilegais movimentam R$ 230 milhões na fronteira com Uruguai
A associação criminosa usava laranjas e empresas de fachada para operações de cambio ilegal e lavagem de dinheiro entre Chuí no Rio Grande do Sul e o Uruguai
A Polícia Federal deflagrou, nesta manhã (24.set), a Operação "Yallah," para desarticular a associação criminosa especializada em evasão de divisas, operação de câmbio ilegal e em lavagem de capitais, estabelecida na fronteira do sul do Brasil (Chuí/RS) com o Uruguai.
Cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Santa Vitória do Palmar (3), Chuí (7) e Uruguaiana (1). Também são cumpridas ordens judiciais de bloqueio de ativos em contas bancárias de seis pessoas físicas e jurídicas e a indisponibilidade de nove veículos que superam um milhão de reais em valores de mercado. As medidas foram expedidas pela 11ª Vara Criminal da Justiça Federal de Porto Alegre.
A investigação teve início com a notícia de movimentações financeiras suspeitas envolvendo membros da associação criminosa, que, entre 2016 e 2018, teriam movimentado mais de 230 milhões de reais entre diversas contas bancárias.
Informações divulgadas pela Polícia Federal revelam ainda que o inquérito policial aponta a existência de uma rede de pessoas físicas e jurídicas, todas residentes ou sediados na fronteira entre o Brasil e o Uruguai, que receberiam em contas bancárias valores oriundos das mais diferentes regiões do Brasil. A associação criminosa é responsável por gerenciar uma rede de contas bancárias, muitas vinculadas a laranjas e a empresas de fachada.
Após o aporte dos valores nas contas de controle dos membros da associação criminosa, o grupo operacionalizava o saque, o transporte e a entrega dos valores em casas de câmbio e em outras instituições financeiras do Uruguai.