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Jovem feirante é morto durante invasão de traficantes em comunidade do Rio

Segundo a polícia, adolescente de 17 anos teria sido confundido com criminoso de facção rival

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jovem morto em comunidade do Rio
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Um adolescente foi morto, na manhã do último domingo (17.set), durante uma invasão de traficantes à comunidade de Brás de Pina, na zona norte do Rio de Janeiro. Wesley Barbosa de Carvalho, de 17 anos, ajudava o pai a carregar uma kombi com fogões usados, que seriam vendidos em uma feira livre, quando foi atingido por três tiros.

"O meu filho só trabalhava... ele trabalhava muito", desabafa Bruna Barbosa dos Santos, mãe do rapaz. A principal hipótese da polícia é de que o adolescente tenha sido confundido com um traficante de uma facção rival.

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Segundo as investigações, o ataque teria sido ordenado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como "Peixão", que domina o tráfico de drogas no Complexo de Israel, formado por cinco comunidades vizinhas.

Na manhã desta 2ª feira (18.set), a Polícia Rodoviária Federal prendeu três supostos integrantes do bando, que seguiam pela Via Dutra com quatro fuzis, drogas e dinheiro em espécie.

A morte do jovem se soma ao longo currículo criminoso de "Peixão". O bandido tem 71 anotações criminais e é considerado extremamente violento. O traficante adota táticas de guerrilha, como trincheiras e esconderijos no subsolo. Outra característica é o uso da religião para doutrinar uma legião de traficantes.

"[Peixão] tem o hábito de cobrar dízimo dos traficantes que trabalham para ele. Ele desconta 10% do valor que teria de ser enviado. Usa o vulgo de 'Arão', um personagem bíblico. Ele gosta desse enredo, que serve de certa forma como domínio psicológico", explica o delegado Rodrigo Coelho.

Wesley foi o 19º adolescente morto a tiros, só este ano, no Rio de Janeiro, segundo a plataforma 'Fogo Cruzado'. Ainda no domingo, moradores protestaram contra a morte do jovem, e um ônibus chegou a ser incendiado.

"É uma guerra sem fim. A gente que é trabalhador fica à mercê de um lado, fica à mercê do outro, e a gente não tem nada a ver com isso. Se eles querem fazer a guerra deles, faz para quem quer guerra. Para a gente que quer paz, deixa a gente viver em paz", pondera Bruno Carvalho, pai da vítima.

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