Energia é restaurada em usina nuclear de Zaporizhzhia, diz AIEA
Bombardeios russos ao entorno da infraestrutura ucraniana continuam ameaçando operações
Camila Stucaluc
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que a energia na usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, foi restaurada na noite de 5ª feira (24.nov). Segundo ele, a perda de eletricidade enfrentada pela infraestrutura foi a mais extensa desde o início da ofensiva russa, em 24 de fevereiro.
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"A perda completa e simultânea de energia externa para as usinas nucleares da Ucrânia mostra que a situação para a segurança nuclear no país está se tornando cada vez mais precária, desafiadora e potencialmente perigosa. É a primeira vez que todas as usinas sofrem uma perda de energia externa ao mesmo tempo. Isso teria sido completamente inimaginável antes desta trágica guerra. É extremamente preocupante", disse.
Atualmente, quatro reatores permanecem em desligamento a frio, enquanto as outras duas unidades foram devolvidas ao desligamento a quente. Tais reatores precisam de energia para resfriamento e outras funções essenciais de segurança nuclear. No caso de uma perda de energia externa, há geradores a diesel de emergência, mas por um período limitado.
A usina nuclear de Zaporizhzhia já perdeu acesso à eletricidade diversas vezes devido aos bombardeiros russos, o que aumenta a preocupação de especialistas e líderes mundiais. Nesta semana, por exemplo, equipes da AIEA realizaram uma nova inspeção na infraestrutura e alertaram para danos generalizados, como estragos em tanques de armazenamento e estilhaços em tubulações de ar.
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"A situação não pode continuar assim. Apelei repetidamente à criação urgente de uma zona de proteção da segurança nuclear em torno da Central Nuclear de Zaporizhzhia, a fim de evitar um acidente nuclear. Não podemos nos dar ao luxo de perder mais tempo. Precisamos agir antes que seja tarde demais", afirmou Grossi.