Papa lamenta situação na Ucrânia e compara agressão com genocídio de 1933
Período de Holodomor foi marcado pela fome e pode ter resultado em 10 milhões de mortes
O papa Francisco voltou a comentar sobre a guerra na Ucrânia. Em pronunciamento nesta 4ª feira (23.nov), no Vaticano, o pontífice afirmou que a população vive um "martírio da agressão" e comparou a ofensiva russa com o período de Holodomor - ou Grande Fome - sofrido pelos ucranianos durantes os anos de 1932 e 1933.
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"Rezemos pela paz no mundo e pelo fim de todos os conflitos, com um pensamento especial pelo terrível sofrimento do querido e martirizado povo ucraniano. Este sábado marca o aniversário do terrível genocídio do Holodomor. Rezemos pelas vítimas deste genocídio e rezemos por tantos ucranianos, crianças, mulheres e idosos, crianças, que hoje sofrem o martírio da agressão", disse Francisco.
Holodomor é o nome dado à fome que foi provocada no território da Ucrânia de 1932 a 1933 pela antiga União Soviética, causando a morte de milhões de ucranianos. As estimativas iniciais variam muito, podendo chegar, de acordo com o governo ucraniano e com a Organização das Nações Unidas (ONU), de 3 milhões a 10 milhões de óbitos.
Em 2008, o Parlamento da Ucrânia e 19 nações independentes reconheceram as ações do governo soviético na Ucrânia do início dos anos 1930 como atos de genocídio. Poucos meses depois, a Europa aprovou uma resolução classificando o Holodomor como um crime contra a humanidade. A ONU, por sua vez, definiu o período de fome "como resultado de políticas e ações cruéis que resultaram na morte de milhões".
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Após o reconhecimento do Holodomor, a Ucrânia passou a relembrar a data todos os anos no quarto sábado de novembro. Um museu retratando os acontecimentos da época também foi instalado no país.