"Guerra não pode ser reduzida a distinção entre bons e maus", diz papa
Francisco voltou a criticar ofensiva russa na Ucrânia e afirmou que conflitos criam períodos caóticos
O papa Francisco comentou novamente sobre a ofensiva russa na Ucrânia. Em conversa com diretores da Revista dos Jesuítas, nesta 3ª feira (14.jun), o pontífice reiterou que a guerra não pode ser reduzida a uma distinção entre bons e maus, uma vez que os conflitos se voltam contra os cidadãos, criando um novo período de calamidade.
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"Aquilo que estamos vendo é a brutalidade e a ferocidade com que esta guerra está sendo conduzida pelas tropas russas. Mas o perigo é que só vemos isso, o que é monstruoso, e não vemos todo o drama que está se desenrolando por trás desta guerra, que talvez tenha sido de alguma forma provocada ou não impedida", disse Francisco.
Segundo o pontífice, Moscou calculou errado quando imaginou que a invasão terminaria em apenas uma semana. "Eles encontraram um povo corajoso, um povo que está lutando para sobreviver e que tem uma história de luta", frisou, acrescentando que a Ucrânia é um país rico, que sempre foi dilacerado pela vontade daqueles que queriam explorá-lo.
Além do conflito no território ucraniano, o papa também chamou atenção para outros combates em algumas partes da África, como a Nigéria e o Congo, onde a guerra ainda está em curso e ninguém está discutindo o assunto.
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"O mundo está em guerra. Alguns anos atrás me ocorreu dizer que estamos vivendo a terceira guerra mundial em pedaços e em bocados. O que está acontecendo com a humanidade que já teve três guerras mundiais em um século? Eu vivo a Primeira Guerra em memória do meu avô no Piave. E depois a Segunda e agora a Terceira", disse.