Anistia Internacional acusa Rússia de crimes de guerra na Ucrânia
Casos envolvem mortes de civis por ataques feitos com bombas de fragmentação
A Anistia Internacional acusou a Rússia de cometer crimes de guerra durante a invasão na Ucrânia. De acordo com o relatório, divulgado na noite de domingo (12.jun), centenas de civis morreram em ataques na cidade de Kharkiv, muitos devido ao alcance de bombas de fragmentação e projéteis.
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Após investigação, a ONG de defesa dos direitos humanos afirma ter encontrado evidências de sete ataques a bairros residenciais no município, localizado no leste do país. Durante as ações, foi detectado o uso de bombas de fragmentação do tipo N210 e 9N235 e minas de fragmentação, duas categorias proibidas por tratados internacionais.
"As pessoas morreram em suas casas, nas ruas, em parques e em cemitérios, quando faziam fila para obter ajuda humanitária ou para comprar alimentos ou remédios. A reiterada utilização de armas proibidas é chocante e mostra um verdadeiro desrespeito pela vida dos civis", disse Donatella Rovera, pesquisadora de situações de crise e conflito na sede da Anistia.
Segundo ela, outros 41 bombardeios na Ucrânia continuam sob investigação, os quais deixaram ao menos 62 mortos e 196 feridos. Embora a Rússia não tenha assinado a convenção sobre munições de fragmentação, o direito internacional humanitário proíbe ataques a áreas residenciais e unidades de saúde em casos de guerra.
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Até o momento, o governo ucranino contabiliza mais de 12 mil investigações por crimes de guerra desde o início da ofensiva, em 24 de fevereiro. Os casos, que ainda incluem assassinatos, torturas, prisões e deslocamentos forçados, também são apurados por membros da União Europeia (UE) e pela promotoria do Tribunal Penal Internacional.