Policias acusados de agredir torcedor no RS são afastados
Tenente que comandou a ação responde por outro crime. Ele é réu por homicídio duplamente qualificado
Os policiais militares acusados de agredir um torcedor, no Rio Grande do Sul, foram transferidos para funções administrativas. O jornalismo do SBT apurou que o tenente que comandou a ação responde por outro crime. Ele é réu por homicídio duplamente qualificado.
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O comandante do grupo de PMs da Força Tática, acusados de agredirem torcedores do Brasil de Pelotas, é acusado por homicídio duplamente qualificado. O tenente Dilnei da Silva Leon foi denunciado por matar, na companhia de um colega, um assaltante em fuga com cinco tiros, incluindo um a queima-roupa. Na decisão de que ele vai júri popular, consta que o crime, ocorrido em 2007, em Caxias do Sul, foi motivado por vingança, após um policial ser baleado.
Na noite de 1º de maio, o tenente Leon comandava a ação da Polícia Militar após uma briga entre torcedores do São José e do Brasil de Pelotas, em Porto Alegre. O grupo detido foi encaminhado ao hospital. Rai Duarte, de 33 anos, entra caminhando, mas após atendimento aparece desacordado numa cadeira de rodas. Ele teve hemorragia interna.
Este torcedor, que prefere não se identificar, disse que as agressões foram dentro do estádio: "eles bateram na gente. Todos de costas. Aí algemaram, bateram de novo"
A informação é de que Rai teria desaprovado a conduta da brigada militar que estava tendo com torcedores fora do estádio. O torcedor confirma: "falaram assim 'ah, tu é colega, vamos conversar separado'. Ali a gente escutava as agressões, o barulho, e o Rai gritando".
A corregedoria da Polícia Militar do Rio Grande do Sul informou, por meio de nota, que na sexta-feira, 17 policiais da Força Tática foram afastados, 11 estão em funções administrativas no comando de policiamento da capital, e seis foram para outros batalhões, também em Porto Alegre.
Rai segue em estado grave na UTI. A esposa dele, que vive em Pelotas, está grávida de quatro meses. Um sonho que ela tem vivido com muita angústia. "A expectativa é que a justiça seja feita. Se não for na do homem, vai ser na de deus, mas a justiça vai ser feita", diz Aline Pereira Lopes.
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