Combinação de medicamentos apresenta resultados promissores contra covid
Fármacos demonstraram inibição na multiplicação do vírus e redução no número de mutações
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Um estudo realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade de Columbia identificou resultados promissores em uma combinação de medicamentos antivirais no tratamento da covid-19. Segundo o texto, os fármacos demonstraram substâncias que inibem a multiplicação eficiente do Sars-CoV-2 no sistema e que, juntos, os remédios podem diminuir a replicação do vírus em dez vezes mais do que separadamente.
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Inicialmente, a equipe desenvolveu um estudo de modelagem computacional, enzimático e celular, que mostraram que um grupo de moléculas aprovadas para tratar Hepatite C também consegue inibir a exonuclease do novo coronavírus. Eles identificaram, entretanto, que essa ação não ocorre em uma concentração ideal para combater o Sars-CoV-2, uma vez que as moléculas atuam em uma diferença de mil vezes de potência.
Os pesquisadores então se voltaram para as combinações de moléculas que pudessem trazer resultados mais eficientes. Nesse caso, os inibidores de polimerase - como o Remdesivir, mas ainda com eficácia clínica limitada. Ao combinar os medicamentos inibidores da RNA polimerase com as substâncias reposicionadas para bloquear a exonuclease, foi identificado resultados promissores de tratamento contra o vírus.
"Nós estudamos inibidores de uma enzima essencial para a biologia do Sars-CoV-2, a exonuclease, que permite maior estabilidade genética ao vírus e o ajuda a selecionar variantes virais, como aquelas que escapam da respostas imunes do organismo, por exemplo. A exonuclease seleciona o conjunto genético mais abundante do vírus e permite que cópias desse conjunto sejam replicadas, isso tudo em cooperação com outra enzima, a polimerase", explica um dos coordenadores do estudo, Thiago Souza, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz).
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Na prática, a combinação de medicamentos foi responsável por deixar a covid-19 menos eficiente no seu processo replicativo, reduzindo o número de mutações do vírus e a criação de novas variantes. Agora, os pesquisadores estudam se a descoberta pode ser testada em animais para, posteriormente, seguir para os ensaios clínicos.
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