Rússia afirma que não pretende derrubar governo na Ucrânia
Em pronunciamento, porta-voz de Moscou disse que espera avanço em rodada de negociações
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou, nesta 4ª feira (9.mar), que os objetivos das ações militares na Ucrânia não englobam ocupar ou derrubar o governo local. Segundo ela, a principal motivação de Moscou é deixar o território ucraniano neutro e sem alianças, o que impediria o ingresso do país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
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"Paralelamente à operação militar especial também estão acontecendo negociações com a parte ucraniana para acabar o quanto antes com o banho de sangue sem sentido e a resistência das Forças Armadas ucranianas. Alguns progressos foram feitos", afirmou Zakharova, acrescentando que uma reunião entre os chanceleres de ambos os países deve acontecer na 5ª feira (10.mar).
A ofensiva russa na Ucrânia chega ao 14º dia e já resultou na saída de mais de 2 milhões de pessoas do país. Para reforçar a segurança dos civis, Zakharova disse que Moscou pretende discutir a criação de novos corredores de evacuação, uma vez que a Ucrânia achou as rotas propostas inaceitáveis porque algumas levavam à Rússia.
Zakharova disse também que o Ocidente está promovendo uma campanha de "russofobia" em relação à guerra na Ucrânia e acusou países europeus, bem como os Estados Unidos e a mídia, de darem apoio a ideias "extremistas".
"Há uma campanha internacional de russofobia que tem sido empreendida contra nós, com resultados bastante negativos. Não há garantia que essa atmosfera de psicose aos russos não resulte em passos de nacionalistas locais. Essa histeria artificialmente criada na mídia tem efeito nas pessoas. Os civis vão sofrer, porque esse vírus do nacionalismo, do nazismo e do extremismo é muito fácil de ser abordado."
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