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Jornalismo

Justiça mantém prisão por 30 dias dos agressores do congolês Moïse

Na tarde desta 5ª feira, familiares do rapaz foram recebidos pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj

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Aleson Fonseca, um dos agressores de Moïse, caminha entre dois agentes (Reprodução/SBT Brasil)
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A Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão por 30 dias dos agressores de Moïse Kabagambe. Um protesto marcou o décimo dia da morte do jovem congolês.

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Ainda de madrugada, manifestantes queimaram pneus em frente ao quiosque Tropicália, onde o crime aconteceu, na praia da Barra da Tijuca. "Ele tinha família, tinha sonho, tinha esperança de construir aqui no Brasil um futuro para si e para sua família", disse um dos participantes do ato.

Ao longo do dia, a Divisão de Homicídios ouviu dois irmãos que administram o quiosque Biruta, vizinho ao Tropicália, onde trabalhava  Aleson Fonseca, que participou do espancamento do congolês. Ele e outros dois presos deram versões parecidas à polícia, como mostra a transcrição dos depoimentos. Aleson contou que "Moïseestava perturbando á alguns dias e, por isso, [ele, Aleson] resolveu extravasar a raiva que estava sentindo". O homem foi o último a espancar Moïse, já desmaiado. Brendon da Silva foi quem aplicou o golpe "mata-leão" em Moïse. Ele disse que por ser praticante de "Jiu-Jitsu, derrubou Moise e o imobilizou". E que o objetivo era fazer o rapaz parar de resistir "e oferecer risco a sua integridade".

O terceiro agressor, Fábio Pirineus, declarou que Moïse estava com fome e queria beber cerveja, e não tinha dinheiro para pagar. Segundo ele, o congolês alegou que trabalhava para o quiosque e tinha o direito de beber e comer. 

Já o dono do Tropicália disse que dispensou Moïse no último dia 19, porque ele estava embriagado no serviço, e que pagou a comissão ao congolês. Depois disso, ainda segundo ele, o jovem passou a fazer bicos no quiosque ao lado.

Não é só a Polícia Civil que investiga a relação de Moïse com os quiosques. O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou um inquérito e vai apurar se o congolês foi privado dos direitos trabalhistas, o que poderia configurar situação análoga de escravidão. À tarde, familiares de Moïse foram recebidos pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que ofereceu proteção a testemunha e apoio caso eles queiram deixar o estado. Em Brasília, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) se disse constrangida com o crime. "É uma pergunta que vem desde sempre para mim: que sociedade humana estamos construindo?", disse a magistrada.

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