Inocente é morto em tiroteio entre PMs e traficantes no Rio de Janeiro
Segundo a Fogo Cruzado, 606 pessoas morreram este ano na região metropolitana do Rio em ações policiais
SBT Brasil
Mais um inocente foi morto em um tiroteio entre policiais militares e traficantes, no Rio de Janeiro. A vítima é o pedreiro Fabrício Souza, de 26 anos, que segundo testemunhas, levou um tiro no peito quando seguia para o trabalho, às 5h.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Revoltados, moradores montaram barricadas, queimaram móveis e pneus, e fecharam uma das principais vias de acesso ao Complexo de Favelas da Pedreira, na zona norte da capital fluminense. Houve reforço da Policia Militar com blindados.
Os próprios moradores levaram Fabrício até esta Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na região, depois que ele foi baleado. "Quando chegou no UPA lá, ele foi abrir a mochila do menino, o menino tava com a marmita de comida e tava com o documento dentro da mochila, disse uma popular.
O pai de Fabrício, Luís Cláudio Pinto de Souza, diz que o filho foi executado: "tava saindo pra trabalhar, ele levantou a mão, quando ele levantou a mão, os policiais deram um tiro no peito dele". Já a PM afirmou que o pedreiro foi baleado quando criminosos atiraram em agentes, que reagiram. Ainda segundo a corporação, a operação na manhã desta 3ª feira foi uma resposta a ataques ocorridos na noite anterior. PMs que faziam uma patrulha foram alvos de disparos de traficantes da região, conhecida pelo alto índice de roubo de cargas e veículos.
Segundo Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar, "esse confronto entre criminosos e policiais sempre vai gerar danos e esses danos vão sempre recair sobre a sociedade civil que mora na região. É uma pena e é um drama que nós vivemos". A Corregedoria da PM e a polícia civil apurarão o caso. De acordo com a plataforma Fogo Cruzado, 606 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas este ano na região metropolitana do Rio durante ações policiais. Fabrício, a última vítima, deixa dois filhos.
"Eu tenho minhas crianças aí jogando bola no projeto de futebol. Mas eu tenho medo de criar as minhas crianças aqui porque minhas crianças podem morrer na mão desses covardes aí", pontuou um morador. Outro questionou: "até onde que vai parar essa covardia, esses policiais entrando dentro da favela, entrando dentro da comunidade, matando inocente, matando pai de família, matando trabalhador?".
Veja também: