Por que idosos precisam receber uma terceira dose da CoronaVac?
Fiocruz fez estudo com 55 mil pessoas e mostra que a proteção cai em pessoas com mais de 80 anos
Pesquisadores da Fundaçao Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), submeteram à revista científica The British Medical Journal, o estudo Efetividade da vacina CoronaVac em idosos durante epidema associada à variante Gamma de covid-19 no Brasil.
O estudo avaliou mais de 55 mil pessoas acima de 70 anos entre janeiro e abril deste ano. Pesquisadores descobriram que a proteção da vacina é baixa até completar o regime de duas doses, e a sua efetividade diminuiu entre a população de idosos em função do aumento da idade dos participantes.
O estudo também aponta que a efetividade da vacina após a segunda dose foi maior nos grupos mais jovens (de 70 a 74 anos) com 59,0% contra a doença sintomática, 77,6% contra admissões hospitalares e 83% contra mortes A proteção foi diminuída em função do aumento da idade.
"A gente observou que acima dos 80 anos, existe uma diminuição da proteção para doença sintomática. A proteção contra hospitalização fica abaixo do 40% e contra óbito abaixo do 50%. Isso fez com que o Ministério da Saúde recomendasse uma dose de reforço especificamente nessa população de idosos", explicou Julio Croda, coordenador da pesquisa.