Cidades brasileiras ensaiam retomada de eventos presenciais
Testagem, comprovante de vacinação e monitoramento dos participantes são alguns dos protocolos adotados
Fernanda Bastos
Estádios lotados na Eurocopa 2020, realizada no último mês, trouxeram esperança de dias melhores para o mundo. Ainda sem condições de voltar totalmente ao antigo normal, o Brasil tem dado os primeiros passos para a retomada de eventos presenciais. Com 10% de público na arquibancada, a final da Copa América, no Rio de Janeiro, foi um exemplo. Além do Rio, São Paulo, Salvador, Florianópolis e Brasília são algumas das capitais que planejam eventos-testes nos próximos meses.
Em São Paulo, o governo estadual propôs 30 eventos-modelo em diversas áreas, incluindo negócios, lazer, esportes, turismo e economia criativa. O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, será um dos testes com protocolos rígidos de segurança como comprovante de vacinação completa, testagem obrigatória, uso de máscara e álcool em gel, capacidade reduzida e monitoramento dos participantes pós-evento. A Campus Party, evento de tecnologia e games, também está confirmada de forma presencial.
Em Salvador, um evento-teste para 500 pessoas deve ser realizado em 29 de julho.Todos os presentes deverão estar imunizados com ao menos uma dose de vacina. Na mesma data, em Florianópolis, ocorrerá a Camerata, um espetáculo musical similar a uma orquestra. A ocupação do Teatro Ademir Rosa será reduzida, com uso obrigatório de máscaras. Já na capital federal, o Flamengo fará o jogo de volta das oitavas de final da Libertadores, contra o Defensa y Justicia, com público. Para isso, 25% da capacidade do estádio Mané Garrincha foi liberada para pessoas vacinadas com duas doses ou que apresentarem teste PCR negativo.
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Para Pedro Hallal, epidemiologista e professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o momento é de fazer testes, mas não liberar tudo. "Por exemplo, na final da Copa América, funcionou bem os 10% de público, mas funcionou mal a logística do evento. Exatamente por fatos como esse, é essencial que sejam feitos testes antes de liberar. Os exemplos de retomada nos EUA e na Europa parecem estar tendo bons resultados, especialmente na área esportiva", avalia.
O especalista ainda ressalta a preocupação com as variantes, sobretudo a Delta, e pontua que a volta ao velho normal só será possível com o avanço da vacinação: "Não há uma regra explícita sobre isso [o retorno dos eventos presenciais], mas a retomada completa deverá ser possível quando 70% da população estiver vacinada".