Refeições de unidades de saúde de Arujá eram feitas em casa de traficante
O dono do local, que tem ligações com a maior facção criminosa do país, possuía contratos com prefeitura para administrar hospitais da região
Refeições de unidades de saúde de Arujá eram feitas em casa de traficante
SBT News
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Uma operação da Polícia Civil revelou que refeições destinadas a unidades de saúde de Arujá, na região metropolitana de São Paulo, eram preparadas em uma cozinha clandestina, que pertencia a um homem, apontado como chefe de um esquema de lavagem de dinheiro do crime organizado.
A casa, que não possuía qualquer tipo de autorização legal, foi encontrada em péssimas condições de higiene. Imagens feitas pelos investigadores mostraram insetos, equipamentos de refrigeração enferrujados e despensas sujas, além de alimentos podres e fora da data de validade. A residência pertence a Anderson Lacerda Pereira, que está foragido da Justiça.
As refeições preparadas no local, que também servia de depósito clandestino, eram servidas na maternidade municipal e em um pronto atendimento da região. "Ele estabeleceu uma padaria, e essa padaria, conforme consta nos papéis, seria responsável por fornecer alimentação às duas unidades de saúde que foram encontradas pelas investigações. Acontece que essa padaria não fazia alimento nenhum, esse alimento era feito nessa casa", explicou o delegado Fernando Góes Santiago.
A investigação aponta ainda que Anderson fundou uma organização social contratada pela Prefeitura de Arujá para administrar unidades de saúde na cidade. "Ele inclusive colocou, em um desses hospitais, a sua ex-mulher em um cargo de diretora administrativa", acrescentou o delegado.
Na casa, também eram armazenados materiais hospitalares e odontológicos, que eram utilizados em clínicas de saúde, criadas por membros da quadrilha, em várias cidades do estado de São Paulo. Por meio das unidades, o bando chegava a movimentar cerca de seis milhões de reais.
Ao contrário da cozinha, os serviços das clínicas funcionavam legalmente. No entanto, as instalações também eram usadas para atender criminosos feridos em confrontos com a polícia.
Segundo a polícia civil, a quadrilha liderada por Anderson tem ligações com a maior facção criminosa do país e com a máfia italiana.