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Lava Jato: Nova fase da operação mira filho do ex-presidente Lula

Segundo o MPF, a empresa de Lulinha recebeu mais de cem milhões de reais da operadora Oi Telemar, e parte do dinheiro teria sido usado na compra do sítio em Atibaia

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A Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira (10), quarenta e sete mandados de busca e apreensão em São Paulo, no Rio de Janeiro, na Bahia e no Distrito Federal. A ação é um desdobramento da vigésima quarta fase da Lava Jato, na qual Lula prestou depoimento depois de uma condução coercitiva, em 2016.

A nova fase da Operação apura corrupção, organização criminosa, tráfico de influência e lavagem dinheiro, e tem como alvo o filho do ex-presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha.

Os procuradores investigam repasses financeiros da empresa Oi Telemar para Gamecorp/Gol, grupo controlado por Lulinha, e os sócios Jonas Suassuna e os irmãos Fernando e Kalil Bittar. Fernando é o dono do sítio de Atibaia, alvo do processo que no qual o ex-presidente Lula foi condenado, em duas instâncias, a mais de dezessete anos de prisão.

"A gente consegue rastrear o dinheiro entre o repasse do Grupo Oi, o meio do caminho pelo Grupo Gamecorp Gol, e o aporte final, parte dos valores para aquisição do sítio", explica o procurador da República, Roberson Pozzobon.

Segundo o Ministério Público Federal, entre 2004 e 2016, a operadora de telefonia pagou R$ 134 milhões de reais à Gamecorp/Gol em contratos firmados sem a cotação de preços com outros fornecedores, com valores acima dos praticados no mercado e por serviços incompatíveis com o montante do investimento. No mesmo período, a Oi Telemar teria sido beneficiada pelo Governo Federal no setor de telecomunicações.

Os investigadores ainda citaram a aquisição da Brasil Telecom pela Oi Telemar, acordo que só foi possível após uma mudança nas regras, medida aprovada pelo então presidente Lula e realizada pela Anatel.

"Não há lanche grátis. O que se tem aqui é, possivelmente, serviços prestados que não constaram no contrato, serviços que são de outra ordem, muitas vezes de ordem ilícita", argumenta Pozzobon.

Pelas redes sociais, Lula, que não está sendo investigado nesta fase da operação, classificou a ação como um "espetáculo" que tem o objetivo de "perseguir a família" dele.

O presidente da Oi, Eurico Teles, afirma que a "empresa é transparente" e que "sempre colaborou com as autoridades". Ainda no mesmo dia, Teles anunciou que, a partir de 30 de janeiro de 2020, não irá presidir a empresa, mas negou que a operação deflagrada tenha influenciado na decisão.

A defesa dos irmãos Fernando e Kalil Bittar afirmou que ainda não teve acesso à íntegra das investigações. A equipe de reportagem do SBT não conseguiu obter contato com os advogados de Jonas Suassuna e Fábio Luís Lula da Silva.

 

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