Governo inicia nova desintrusão de terras indígenas no Pará
Serão retiradas pessoas que ocupam irregularmente parte das terras Apyterewa e Trincheira Bacajá

Guilherme Resck
O Governo Federal inicia, nesta 2ª feira (2.out), uma nova ação de desintrusão de terra indígena com o objetivo de devolver aos povos originários a posse e o direito de uso exclusivo de seus territórios. A medida cumpre determinação judicial.
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Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, a operação "consiste na retirada de não indígenas que ocupam irregularmente parte das terras Apyterewa (homologada em 2007) e Trincheira Bacajá (homologada em 1996), localizadas entre os municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Anapú e Senador José Porfírio, no Pará".
"Nas terras homologadas vivem cerca de 2.500 indígenas das etnias Parakanã, Mebengôkre Kayapó e Xikrim, distribuídos em 51 aldeias. Há também registros de indígenas isolados e de recente contato no território", complementa o comunicado.
A pasta pontua que os órgãos do Governo Federal envolvidos na desintrusão "trabalham para que, assim como ocorreu na Terra Indígena Alto Rio Guamá (Tiarg), também no Pará, a saída dos não indígenas que estão em Apyterewa e Trincheira Bacajá ocorra de forma pacífica e voluntária".
Participam da operação, entre outros, o Ministério dos Povos Indígenas, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Força Nacional. Depois da desintrusão ser concluída, ocorrerá a fase de consolidação, com medidas para impedir a volta de invasores.
Somente na Apyterewa e Trincheira Bacajá, há cerca de 1,6 mil famílias vivendo ilegalmente. "Algumas envolvidas em atividades ilegais como criação de gado e garimpo, além de destruírem a vegetação nativa", diz o ministério.
A pasta reforça que "a presença de estranhos no território indígena ameaça a integridade dos indígenas e causa outros danos como a destruição das florestas". "Não por acaso, a TI Apyterewa está no topo da lista de desmatamento".
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