"A gente não vai descer abaixo da rentabilidade", diz presidente da Petrobras
Jean Paul Prattes garantiu que a empresa pública continuará superavitária, mas sem prejudicar o consumidor com oscilações de preços baseadas no mercado internacional
André Anelli
RESUMO:
- A Petrobras anunciou que não vai mais reajustar os preços do petróleo em conjunto com o mercado internacional.
- Reajustes não terão período definido, como acontece na regra que vigora desde 2016, durante o governo Temer
- O preço global será um dos fatores, mas outros fatores serão considerados, como "alternativas de suprimento".
- Regra de cálculo não foi divulgada, meta é garantir preços mais competitivos no mercado interno.
- Ministro de Minas e Energia elogiou a nova política de preços
- Ministro diz que Petrobras segue atraente para os investidores
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Depois de derrubar a política de paridade internacional nos preços dos combustíveis, o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, garantiu que a estatal não terá a rentabilidade afetada.
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Segundo ele, a estatal vai continuar tomando como referência o mercado externo, que vai refletir diretamente nos valores cobrados no país, porém sem a obrigatoriedade de cobrar os mesmos valores, uma vez que companhia tem parte dos custos em moeda local, o Real, ao invés do dólar.
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, elogiou a nova política de preços da Petrobras e classificou a paridade internacional como "abstração, mentira e crime".
Disse ainda que o governo federal passou a cobrar o cumprimento do papel social da empresa, ao garantir menor volatilidade para os preços dos combustíveis. E também garantiu que a empresa seguirá atraente para os investidores.
As declarações do Ministro e do Presidente da Petrobras foram dadas em entrevista coletiva, após anúncio da nova política de preços da estatal. A partir desta quarta-feira (17.mai), a empresa reduzirá em R$ 0,44 por litro o seu preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras, que passará de R$ 3,46 para
R$ 3,02 por litro.
Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel S10 comercializado nos postos, por exemplo, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,69 a cada litro vendido na bomba.
Mantidas as parcelas referentes aos demais agentes conforme a pesquisa de preços da ANP para o período de 7 a 13/05, o preço médio ao consumidor final poderia atingir o valor de R$ 5,18 por litro de diesel S10.
Para a gasolina A (antes da mistura com etanol), a Petrobras reduzirá em R$ 0,40 por litro o seu preço médio de venda para as distribuidoras, que passará de R$ 3,18 para R$ 2,78 por litro.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,03 a cada litro vendido na bomba.
Mantidas as parcelas referentes aos demais agentes conforme a pesquisa de preços da ANP para o período de 7 a 13/05, o preço médio ao consumidor final poderia atingir o valor de R$ 5,20 por litro.
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