Lula assina acordos com Espanha e reafirma compromisso com segurança alimentar
Presidente defendeu criação de um "G20 da paz" e criticou Bolsonaro e a ONU
Camila Stucaluc
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, nesta 4ª feira (26.abr), três acordos com a Espanha. Ao lado do presidente do governo, Pedro Sánchez, os líderes garantiram a cooperação para fortalecer os sistemas de ensino superior universitário e trabalho, bem como o segmento de ciência, tecnologia e inovação.
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No discurso, Lula agradeceu a aliança espanhola e voltou a defender as relações exteriores "cara a cara". A ideia, segundo o mandatário, é viajar, ainda neste ano, para países como Reino Unido, Bélgica e África do Sul, além de participar da reunião do Banco Brics, para aumentar as parcerias e posições do Brasil no mundo.
O petista também fez críticas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alegando que, em quatro anos, o político conseguiu destruir os feitos do PT. A degradação do meio-ambiente, a paralisação de obras sociais e a retomada do Brasil ao mapa da fome da Organização das Nações Unidas (ONU) foram exemplos dados por Lula.
"A fome não é um fenômeno da natureza. A fome é um fenômeno da falta de responsabilidade dos governantes do planeta Terra. Todos os países poderão acabar com a fome se colocarem o pobre dentro do orçamento. Mas, muitas vezes, o pobre é esquecido. Para nós, é um compromisso de fé voltar a acabar com a fome e investir na educação", disse Lula.
Críticas à ONU
Ainda no discurso, Lula voltou a comentar sobre a guerra na Ucrânia e disse que o Brasil condena a invasão russa no país. "Não adianta discutir quem está certo ou quem está errado. Cada um acha que tem razão. Cada um acha que pode mais. Mas o dado concreto é que tem gente morrendo. Precisamos fazer a guerra parar", frisou.
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O presidente fez críticas ao Conselho de Segurança da ONU em meio ao conflito, afirmando que a maioria dos países-membros é líder na produção de armas e que outras invasões, como a dos Estados Unidos ao Iraque, não foram discutidas. Em meio ao cenário, ele defendeu a criação de um "G20 da paz", com países além dos integrantes do Conselho atual.