Lula: Otan, EUA e UE devem "começar a falar em paz" na Ucrânia
Em entrevista a uma emissora de Portugal, presidente enfatizou que Brasil condena invasão russa
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a discussão de um acordo de paz que coloque à guerra entre Rússia e Ucrânia. O petista destacou a importância dos países manterem uma posição de neutralidade em relação ao conflito para que possam colaborar com as negociações, junto aos presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky.
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"Se toda a gente se envolve diretamente na guerra, a pergunta que eu faço é a seguinte: quem é que vai conversar sobre paz? Quem é que vai conversar com os governos que estão em guerra, para discutir a paz? Quem é que vai dar esse passo?", ponderou Lula, em entrevista à agência de rádio e televisão de Portugal (RTP).
O chefe de Estado brasileiro também cobrou a participação dos Estados Unidos, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Europeia nas negociações por um cessar-fogo.
"É preciso construir uma narrativa que convença Putin e Zelensky de que a guerra não é a melhor maneira para resolver os problemas. A Otan, os Estados Unidos e a União Europeia devem começar a falar em paz e a discutir a questão", disse o petista.
Criticado, recentemente, por declarações que indicaram um suposto apoio do governo brasileiro à invasão russa, Lula buscou, ao longo da entrevista, esclarecer a posição do país em relação ao conflito.
"Eu não sei quem interpreta isso dessa forma. O Brasil tem uma posição clara: condena a Rússia por invadir o espaço territorial da Ucrânia, ponto", enfatizou Lula.
O presidente negou que o Brasil tenha uma postura "ambígua", justificando que, na verdade, o que o país não quer é se alinhar à guerra, mas sim, "se aliar a um grupo de países que trabalhem para construir a paz".
Lula chegou a Portugal na última 6ª feira (21.abr), em sua primeira visita à Europa neste terceiro mandato. A viagem faz parte do relançamento das relações diplomáticas do Brasil com seus principais parceiros, como já foi o caso da visita à China, há 10 dias, e aos Estados Unidos, Argentina e Uruguai, no início de governo.
O petista deve permanecer no país até a próxima 3ª feira (25.abr). Na sequência, a comitiva brasileira segue para a Espanha, onde deve ficar apenas um dia.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, ao todo, 17 acordos devem ser assinados entre o Brasil e os governos de Portugal e Espanha.
** Com informações da Agência Brasil
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