Lula agradece apoio internacional contra atos golpistas
Presidente fez gesto na Argentina, onde participa de fórum latino e defende integração na região
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Buenos Aires -- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agradeceu, nesta 3ª feira (24.jan), a solidariedade de países estrangeiros que condenaram os atos golpistas no dia 8 da janeiro em Brasília. A declaração ocorreu durante o discurso do presidente brasileiro na Celac, fórum que reúne 33 países da América Latina e do Caribe. O encontro ocorre em Buenos Aires, capital da Argentina.
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"Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras ao longo destes últimos dias em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política", disse Lula.
O político também comemorou a volta do Brasil ao fórum. "É com muita alegria e satisfação muito especiais que o Brasil está de volta à região e pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês, com um sentido muito forte de solidariedade e proximidade." Há três anos, o então presidente Jair Bolsonaro havia retirado o país da Celac.
O presidente brasileiro afirmou desejar o avanço integrado nas questões energéticas. "Na área de energia, contamos com capacidades muito especiais para participar, de forma vantajosa, da transição energética global. Temos matrizes energéticas diversificadas e potencial de crescimento em energias renováveis e limpas."
Também destacou o multilateralismo e defendeu o diálogo com outros blocos políticos. "Julgamos essenciais o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com sócios extra regionais, como a União Europeia, a China, a Índia, a Ásia e, muito especialmente, a União Africana". O petista ainda saiu em defesa da integração citando a pandemia de covid-19.
"As diversas crises que vivemos hoje no mundo demonstram o valor da integração. A pandemia da Covid-19 evidenciou os riscos associados à excessiva dependência que temos de insumos fundamentais para o bem-estar de nossas sociedades. Isso não significa que devemos nos fechar ao mundo. Salienta apenas que essa integração será feita em melhores termos se estivermos bem integrados em nossa região", avaliou Lula.
Como era esperado, Lula falou sobre o combate à fome e a proteção de minorias. "Não podemos seguir ostentando índices inaceitáveis de pobreza e fome, nem tampouco conviver com a desigualdade e a violência de gênero que atingem metade de nossas populações. É preciso respeitar e proteger nossos povos originários ? até hoje ameaçados e negligenciados. É preciso trabalhar para que a cor da pele deixe de definir o futuro de nossos jovens".
Além da reunião de cúpula da Celac, Lula terá encontros reservados. Estará com o diretor geral da FAO, o braço das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Qu Dongyu. Também com o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, com a Primeira-Ministra de Barbados, Mia Mottley, e com o presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel.
Havia a previsão de um encontro com a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, mas até agora não se concretizou.
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