Lula diz que BNDES voltará a investir em projetos de outros países
Na Argentina, o presidente destacou a intenção de aumentar as relações comerciais entre as duas nações
Com a busca pela maior integração entre Brasil e Argentina, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer aumentar as relações comerciais entre as duas nações. Em coletiva, na tarde desta 2ª feira (23.jan), em Buenos Aires (Argentina), o petista defendeu a realização de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no país vizinho.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Lula criticou a falta de negócios feitos pelo BNDES em outros territórios, no últimos quatro anos, e afirmou que o fato de manterem os recursos voltados ao tesouro interno foi um erro.
"O Brasil também parou de crescer, parou de desenvolver e parou de compartilhar a possibilidade de crescimento com outros países. Quando digo que estamos voltando à normalidade, é que vai voltar a negociar na América do Sul, na América Latina, na África e na Europa, porque esse é o papel de um país que tem 215 milhões de habitantes", defendeu.
Com a mudança, o banco voltará a financiar projetos de infraestrutura em outros países, como fazia no passado. Uma das possibilidades de investimento é o projeto do gasoduto argentino, que levará gás a outros países da América do Sul, inclusive o Brasil.
"O BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior e para ajudar que os países vizinhos possam crescer e até vender o resultado desse enriquecimento para um país como o Brasil. O Brasil não pode ficar distante. O Brasil não pode se apequenar."
Moeda única
O ministro da Economia, Fernando Haddad, também saiu em defesa de uma aproximação entre países e destacou que o comércio entre Brasil e Argentina caiu 40%, em relação a gestões anteriores. A diminuição foi relacionada a uma dificuldade em estabelecer um tipo de parceria que possibilitasse a compra por parte dos argentinos. Segundo ele, isso pode ser contornado com a adoção de uma moeda única, mas destacou que a proposta é diferente do abordado no passado pelo seu antecessor, Paulo Guedes.
"Não se trata da ideia do ministro Paulo Guedes de uma moeda única, mas de avançarmos os instrumentos previstos e que não funcionaram a contento", declarou Haddad. O ministro também disse que, atualmente, o pagamento da moeda local não dá garantia de que se pode "alcançar no comércio na maneira como pretendem o presidente Lula e o presidente Alberto [Fernández]".
Leia também:
O presidente também destacou a importância do país vizinho para a economia brasileira. "A Argentina é o terceiro parceiro comercial do Brasil, só perde para a China e para os Estados Unidos. Isso tem que ser valorizado", disse Lula, ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández.