Mourão critica ataque russo e defende uso da força pra defender Ucrânia
Vice-presidente comparou invasão militar de Putin com política expansionista de Hitler na Alemanha
O vice-presidente Hamilton Mourão não poupou críticas ao presidente russo Vladimir Putin, que lidera a invasão do Exército russo ao território da Ucrânia. Nesta quinta-feira (24.fev), Mourão afirmou que sanções econômicas à Rússia não serão suficientes para barrar o avanço das tropas. Disse ainda que, se a comunidade ocidental não oferecer apoio militar ao país do leste europeu, pode ocorrer uma escalada de ataques a outros países da região, tal qual na Segunda Guerra Mundial, em que os comandados do ditador alemão Adolf Hitler aterrorizaram o continente.
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"Tem que haver uso da força, apoio à Ucrânia, mais do que tá sendo colocado, essa é minha visão. Se o mundo ocidental pura e simplesmente deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo será a Moldávia, depois os Estados Bálticos, e assim sucessivamente. Igual a Alemanha hitlerista fez no final dos anos 30", disse Mourão ao chegar no gabinete horas depois do início da invasão russa.
Mourão também negou que o Brasil esteja em posição de neutralidade, em relação ao conflito. "O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia. O Brasil não concorda com invasão do território ucraniano, isso é uma realidade", disse ele, que em seguida considerou que o país tem pouco a oferecer contra a Rússia, no momento. "
"O Brasil tem tomado o posicionamento dele dentro da ONU, respeitando os princípios básicos do direito internacional, de não intervenção, assegurar soberania. Mas por enquanto não temos nenhuma outra coisa a fazer além disso aí. Vamos ver o que vai emergir das reuniões do Conselho de Segurança da ONU, porque senão a ONU também perde sua razão de ser".
Questionado sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro, que se declarou "solidário a Rússia", quando esteve em reunião com o presidente Vladimir Putin, Mourão não quis comentar.
A relação diplomática entre os países europeus ficou estremecida, depois que a Ucrânia se aproximou da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança político-militar que tem um dos membros os Estados Unidos. A Rússia teme que o país vizinho sirva de base para possíveis ataques, principalmente à capital, Moscou.