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Ministério admite recuo em nota que diz não à vacina e sim à cloroquina

Documento que diz que remédio teve eficácia comprovada causou forte reação da comunidade científica

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Fachada do Ministério da Saúde
• Atualizado em
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Diante de críticas negativas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que pode rever o conteúdo de uma nota técnica publicada pela pasta na semana passada dizendo que a vacinação não era comprovadamente segura nem eficaz contra a covid-19 e o tratamento com hidroxicloroquina, sim.

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A declaração do ministro foi concedida nesta 2ª feira. Ele afirma que se o Ministério da Saúde for provocado, ele poderá, sim, rever o teor da nota. "Não tenham dúvida que, no momento oportuno, diante do recurso analisando quais são temas ali trazidos pelos recorrentes, o Ministro da Saúde mais uma vez tomará a decisão conveniente, oportuna e de acordo com a política que o Ministério da saúde tem feito", disse Queiroga.

Na última 5ª feira (20.jan), o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica assinada pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Helio Angotti Neto.

Uma tabela que fala sobre tecnologias usadas no combate à covid-19 causou forte reação da comunidade médica e científica. O quadro traz, objetivamente, a pergunta se há estudos que comprovam a efetividade da hidroxicloroquina -- medicamento defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) desde o início da pandemia. A resposta dada pelo ministério é "sim". A mesma pergunta foi feita em relação à vacina. A resposta da nota é "não". No quesito "se houve estudos que demonstram a segurança da hidroxicloroquina", a resposta  foi "sim". Já sobre a vacina, a indicação é de que "não".  

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O objetivo da nota técnica foi rejeitar um protocolo que contra indicava o uso do "kit covid". O protocolo foi aprovado pela Conitec, que é uma comissão formada por médicos e especialistas em saúde para auxiliar o Ministério da Saúde na incorporação e exclusão de tecnologias, tratamentos, diretrizes e protocolos adotados no Sistema Único de Saúde (SUS).

Diante das repercussões negativas, o Ministério da Saúde publicou uma nota, no dia seguinte, dizendo que houve erro de interpretação por parte dos críticos. O que não convenceu a comunidade médica. Nesta 2ª, a Associação Médica Brasileira publicou uma nota crítica ao ministro, que é médico, dizendo que se vive "dias de gravidade ímpar no sistema de saúde do brasil, enquanto o ministro da Saúde desperdiça tempo, endossa tratamentos ineficazes e protela a vacinação". A nota da AMB é assinada por 16 entidades do setor.

Um grupo de professores de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e outros pesquisadores criaram um abaixo-assinado contra a nota técnica do ministério, considerada "antivacina". O documento já tem mais de 55 mil assinaturas.

Veja reportagem do SBT Brasil:

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