"Não acusei ninguém de corrupção", diz Bolsonaro sobre Anvisa
Presidente afirmou que carta escrita por diretor da Agência o pegou de surpresa e foi agressiva
O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou de "agressiva" a carta do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), almirante Barra Torres, publicada neste final de semana (8.jan). Nela, o diretor afirmava que se Bolsonaro tinha alguma prova de que havia corrupção na Agência, deveria apresentá-la, ou então, se retratar.
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O desentendimento entre os dois começou quando Bolsonaro questionou, em 6 de janeiro, qual seria o interesse da Anvisa em vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. Após a resposta de Barra Torres ao questionamento, Bolsonaro disse ao programa Pingos nos I's, da Jovem Pan, que "se surpreendeu com a carta" e "que não havia motivo para aquilo".
"Eu falei o que que tá por trás do que a Anvisa vem fazendo. Ninguém acusou ninguém de corrupção. Por enquanto não tem o que fazer no tocante a isso. Eu que indiquei o almirante Barra para a Anvisa", afirmou Bolsonaro. Ainda de acordo com o presidente, o diretor-presidente "não precisava agir daquela maneira".
O chefe do Executivo voltou a se posicionar contra a vacina da covid, citando a bula, seus efeitos colaterais e afirmando que quem toma o imunizante ainda pode contrair ou transmitir o vírus. No entanto, a ciência comprova que as doses servem para diminuir a chance de os casos da doença se agravarem.
"Eu acho que a Anvisa não sofre interferência, é algo independente, mas acredito que o trabalho poderia ser diferente. Agora ele pode rebater essa crítica, quem decide é ele", acrescentou Bolsonaro.
"Não tivemos nenhum atrito ao ponto tal dele falar para eu identificar qualquer indício de corrupção. Deixo claro, em novembro, a Polícia Federal foi na casa de diretores antigos da Anvisa. Nenhum órgão tá livre de corrupção. Agora, eu não acusei a Anvisa de corrupção. Eu perguntei o que está por trás dessa gana, dessa sanha vacinatória. Até porque eu e o Governo Federal compramos, até o momento, em torno de 400 milhões de vacinas", disse.
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