"Tá no direito dele", diz Mourão sobre ataques de Roberto Jefferson ao STF
Vice-presidente ainda disse que ex-deputado federal não representa risco à democracia
André Anelli
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) avaliou as ameaças do ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, como opinião e disse que o político "tá no direito dele" ao defender o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Por conta das declarações, Jefferson teve a prisão determinada pelo STF na última 6ª feira (16.ago), por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
"Eu acho que o ministro Alexandre de Moraes poderia ter tomado outra decisão tão importante e tão coercitiva, sem necessitar mandar prender por algo que é uma opinião que o outro vem externando. Não considero que o Roberto Jefferson seja uma ameaça à democracia tão latente assim", defendeu Mourão.
Roberto Jefferson ganhou a atenção da Polícia Federal, que pediu ao STF sua prisão, depois de divulgar um vídeo em redes sociais que defende o fechamento do Congresso e do STF e a aprovação do voto impresso como condição para realização de eleições em 2022. A ordem de prisão é parte do inquérito que apura a existência de uma milícia digital para atacar as instituições democráticas e a própria democracia.
No sábado (14.ago), o presidente Jair Bolsonaro anunciou que pediria ao Senado o impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso do STF, por violarem o direito de liberdade de opinião. Embora concorde com Bolsonaro sobre o exagero na decisão que envolve Roberto Jefferson, Mourão acredita que o pedido do presidente não deve prosperar.
"O presidente tem a visão dele, que considera que esses ministros estão ultrapassando os limites, nas decisões tomadas, e uma das saídas dentro da nossa Constituição, no Artigo 52, seria o impeachment que compete ao Senado fazer. Ele vai pedir pro Senado, vamos ver o que vai acontecer. Acho difícil o Senado aceitar", declarou.