Ministério da Saúde negocia vacinas contra Covid-19 para 2022
A pasta iniciou estudo sobre necessidade de vacinação de reforço no ano que vem
O Ministério da Saúde começou a planejar uma eventual vacinação dos brasileiros contra a Covid-19 para o ano que vem, como um reforço das doses já aplicadas até dezembro deste ano, quando o governo espera já ter imunizado toda população vacinável. Avalia-se que seja preciso começar as negociações de compras futuras o quanto antes, para não repetir a atropelada corrida por imunizantes que o país enfrenta hoje, devido à falta de planejamento vista em gestões anteriores à do ministro Marcelo Queiroga.
Com o aval de Queiroga, o secretário executivo da pasta, Rodrigo Cruz, requisitou ao próprio ministério um estudo para avaliar se a população precisará ser imunizada novamente já no ano que vem, como acontece com a vacina da gripe. A apuração levará em conta troca de informações também com centros de pesquisas do mundo todo que fazem o mesmo tipo de avaliação.
Mesmo sem respostas conclusivas, Cruz já está em conversas com fabricantes das vacinas a fim de negociar doses para o ano que vem. Nesta fase inicial, há dois focos: o primeiro é priorizar os imunizantes que já têm o registro de uso definitivo concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
São eles: o da inglesa Oxford/Astrazeneca e o da americana Pfizer. O segundo foco é dar prioridade às doses que possam ser fabricados pela indústria nacional, como a já citada Astrazeneca, fabricada no Brasil pela Fiocruz, e a chinesa Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan. Se for possível escolher, o preço e a eficácia também serão critérios que poderão direcionar as compras.
PARA 2021
Desde abril, Rodrigo Cruz tem tido reuniões semanais com representantes dos fabricantes de vacinas contra o novo coronavírus. Em cada uma delas ele repete o apelo para tentar adiantar entregas já contratadas pelo governo federal. Foi assim que conseguiu antecipar para este ano o recebimento de cem milhões de doses da Pfizer. A empresa havia prometido repasse dos produtos somente em 2022, mas ele conseguiu fechar novos prazos, com envios previstos para setembro e dezembro deste ano.