Isolamento social é paliativo, única saída é vacinar todo mundo, diz Mourão
Declaração do vice-presidente ocorre após 11 estados e DF registrarem mais de 90% de ocupação em UTI
André Anelli
Em rápida entrevista a jornalista nesta segunda-feira (1.mar) o vice-presidente Hamilton Mourão se esquivou de críticas a governadores e prefeitos que promoveram lockdowns, como fez o presidente Jair Bolsonaro, no fim de semana. No entanto, o vice-presidente disse que o isolamento social é paliativo e que o controle da pandemia de Covid-19 é a vacinação coletiva. "A única saída é vacinar todo mundo, o resto é tudo paliativo. A saída é a gente ir vacinando todos aí, e consequentemente conseguiremos ter uma vida normal", disse.
A declaração ocorre após onze estados e o Distrito Federal registrarem ocupação de leitos de UTI acima de 90%, o que representa um novo pico da pandemia, que já matou mais de 250 mil pessoas em todo país. A tentativa de governadores e prefeitos em promover um novo lockdown é uma forma de diminuir uma futura procura por atendimento médico, estratégia reconhecida pelo vice-presidente. "Desde o começo a preocupação foi que a gente conseguisse manter a doença dentro da capacidade do sistema de saúde. E aí cada gestor, seja governador ou prefeito, toma as medidas que julgar necessárias pra impedir que a doença se alastre e não tenha condições de tratar as pessoas. É isso que tá acontecendo".
PEC do ajuste fiscal e auxílio emergencial
A expectativa do Governo Federal é que o Congresso aprove, nesta semana, a PEC que institui o auxílio emergencial à população carente, como forma de amenizar a crise financeira provocada pelo fechamento em massa de atividades consideradas não-essenciais. No entanto, a proposta também apresentava medidas de ajuste fiscal, como controle de gastos com saúde e educação no orçamento da União. Os parlamentares devem aprovar apenas o auxílio emergencial e devem deixar pra depois a discussão financeira.