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Início da vacinação nos EUA tensiona decisões sobre imunização no Brasil

EUA, Rússia e Inglaterra deram início à vacinação ainda em 2020, mas governo brasileiro ainda não avançou no tema 

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Coronavac
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As primeiras doses de vacina contra a Covid-19 começam a ser distribuidas nesta 2ª feira (14.dez) nos Estados Unidos. O país será o terceiro do mundo a dar início à imunização, atrás apenas da Rússia, que começou no dia 5 de dezembro, e do Reino Unido, onde o início foi no dia 8. Além deles, ao menos outros seis países preveem vacinar a população em breve: Arábia Saudita, Argentina, Bahrein, Canadá, Israel e México. O cenário internacional tensiona as decisões sobre o tema no Brasil.

No domingo (13.dez), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, deu 48 horas para o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, definir a data de início e término do Plano Nacional de Vacinação contra Covid-19. A determinação foi feita um dia após a Advocacia-Geral da União (AGU) enviar o documento à Corte sem um cronograma

Lewandowski é o relator das ações que discutem se o governo deve apresentar um plano de imunização. O tema, que travou uma batalha entre o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e governadores, começará a ser votado no Supremo na próxima 5ª feira (17 dez), após ter sido adiado por solicitação do magistrado. 

O plano entregue pelo governo foi alvo de grandes discussões ao longo do fim de semana: especialistas citados afirmaram não ter tido acesso à versão final do texto, nem concordar com parte do conteúdo. Além disso, o ofício chegou sem citar todas as vacinas disponíveis no mercado internacional e sem apresentar data para início da imunização.

Apesar do aceno, a vacina chinesa Coronavac não foi citada no Plano de Imunização do governo. Especialistas alertam que a vacina deveria ser uma aposta, por ter sido considerada eficaz em outros países e estar em estágio mais avançado para produção no Brasil, dada a parceria com o Instituto Butantan. 

A proposta do Ministério da Saúde define três acordos, que trariam ao Brasil 300 milhões de doses. Sendo 130,4 milhões da AstraZeneca em parceria com a Fio Cruz; 42,5 milhões por meio do convênio com a Covax Facility. E um terceiro acordo, ainda em negociação, que traria 70 milhões de doses da vacina Pfizer.

As críticas ao plano foram respondidas pelo Ministério da Saúde também no domingo. A pasta afirmou que não é possível definir quando começará a campanha por ainda não haver uma vacina disponível no mercado, nem pedidos para registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sobre os especialistas, o ministério pontuou que eles foram apenas "convidados", e não têm poder de decisão sobre o conteúdo do plano.

Discussões da última semana

O plano foi divulgado após uma semana de grandes discussões e cobranças do governo para o início da imunização. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com quem Bolsonaro troca ofensas públicas, declarou que começará a vacinar no estado no dia 25 de janeiro. 

Depois disso, Pazuello defendeu que o planejamento será lançado pelo ministério, e deverá ser seguido de forma integrada no país. O ministro chegou a dizer que a vacinação começaria em fevereiro. 

Na última 5ª feira (10.dez), o secretário-executivo da pasta, coronel Élcio Franco, declarou que o Brasil tem interesse em todas as vacinas que estão sendo produzidas no mundo, e que a data para início da vacinação só será divulgada quando os registros forem solicitados na Anvisa. 





 
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