Discussão sobre vacina e ataque de Salles rompe "lua de mel" entre Bolsonaro e Congresso
Avaliação de pessoas próximas ao presidente da Câmara é de que esses episódios interfiram na construção de uma sintonia em torno da agenda econômica
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O debate sobre a compra da vacina chinesa contra a covid-19 e o ataque do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao chefe da secretaria de Governo da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos, abalaram o clima de lua de mel selada recentemente entre o Congresso e o governo Jair Bolsonaro.
Esses dois assuntos geraram desentendimentos dentro do governo ao longo da semana e provocaram manifestações duras de parlamentares importantes, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Na 6ª feira (23.out), Maia afirmou que ajudaria o governador João Doria, desafeto de Bolsonaro, a resolver o que chamou de "entrevero" no caso envolvendo a CoronaVac e disse que os brasileiros precisam dessa vacina.
O tema da vacina chinesa entrou no debate depois de o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ter sido pressionado pelo presidente a desistir da compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. O imunizante é produzido pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, órgão vinculado ao governo paulista.
Neste sábado (24), Maia veio a público para criticar duramente a atitude do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que chamou o chefe da secretaria de Governo da Presidência da República, general Luiz Eduardo Ramos, de "Maria Fofoca". O ataque aconteceu pelo Twitter, quando Salles compartilhou uma reportagem publicada pelo jornal O Globo, que informava que ele estaria "esticando a corda com a ala militar do governo" e "testando a blindagem" com o presidente. Salles marcou Ramos na publicação e escreveu: "Não estiquei a corda com ninguém. Tenho enorme respeito e apreço pela instituição militar. Atuo na forma que entendo correto. Chega dessa postura de #mariafofoca".
Também no Twitter, Maia escreveu que Salles, "não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo".
Poucas horas depois, outros congressistas também começaram a se manifestar sobre o tema. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que a conduta de Salles "apequena o governo" e "faz mal ao Brasil".
Quem também entrou nesse embate foi o deputado federal, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. No Twitter, Eduardo Bolsonaro insinuou que Maia está "tentando criar uma crise institucional".
Pessoas próximas a Maia avaliam que esses dois episódios vão interferir na boa relação que o Congresso vinha tendo com o governo Bolsonaro, na construção de uma sintonia em torno da agenda da retomada econômica e do equilíbrio fiscal.
A rusga mais recente entre o Executivo e o Legislativo envolveu justamente o presidente da Câmara e o ministro da Economia, Paulo Guedes, um dos principais nomes de Bolsonaro no governo. Ocorreu no começo de outubro, quando Guedes e Maia trocaram uma série de farpas por desavenças sobre reformas da área econômica que seriam enviadas ao Congresso. Maia e Guedes chegaram a se desculpar um ao outro depois de um jantar na casa de um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Esses dois assuntos geraram desentendimentos dentro do governo ao longo da semana e provocaram manifestações duras de parlamentares importantes, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Na 6ª feira (23.out), Maia afirmou que ajudaria o governador João Doria, desafeto de Bolsonaro, a resolver o que chamou de "entrevero" no caso envolvendo a CoronaVac e disse que os brasileiros precisam dessa vacina.
O tema da vacina chinesa entrou no debate depois de o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ter sido pressionado pelo presidente a desistir da compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. O imunizante é produzido pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, órgão vinculado ao governo paulista.
Neste sábado (24), Maia veio a público para criticar duramente a atitude do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que chamou o chefe da secretaria de Governo da Presidência da República, general Luiz Eduardo Ramos, de "Maria Fofoca". O ataque aconteceu pelo Twitter, quando Salles compartilhou uma reportagem publicada pelo jornal O Globo, que informava que ele estaria "esticando a corda com a ala militar do governo" e "testando a blindagem" com o presidente. Salles marcou Ramos na publicação e escreveu: "Não estiquei a corda com ninguém. Tenho enorme respeito e apreço pela instituição militar. Atuo na forma que entendo correto. Chega dessa postura de #mariafofoca".
Também no Twitter, Maia escreveu que Salles, "não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo".
Poucas horas depois, outros congressistas também começaram a se manifestar sobre o tema. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que a conduta de Salles "apequena o governo" e "faz mal ao Brasil".
Quem também entrou nesse embate foi o deputado federal, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. No Twitter, Eduardo Bolsonaro insinuou que Maia está "tentando criar uma crise institucional".
Pessoas próximas a Maia avaliam que esses dois episódios vão interferir na boa relação que o Congresso vinha tendo com o governo Bolsonaro, na construção de uma sintonia em torno da agenda da retomada econômica e do equilíbrio fiscal.
A rusga mais recente entre o Executivo e o Legislativo envolveu justamente o presidente da Câmara e o ministro da Economia, Paulo Guedes, um dos principais nomes de Bolsonaro no governo. Ocorreu no começo de outubro, quando Guedes e Maia trocaram uma série de farpas por desavenças sobre reformas da área econômica que seriam enviadas ao Congresso. Maia e Guedes chegaram a se desculpar um ao outro depois de um jantar na casa de um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
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