Jogador de vôlei de praia denuncia ataques homofóbicos durante partida em Recife

O jogador de vôlei Anderson Melo, de 32 anos, foi vítima de ataques homofóbicos na etapa de Recife do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, na última quinta-feira (14). Em vídeos compartilhados no Instagram, pelo próprio atleta, é possível ouvir gritos como "saca na bicha" e "é mulher ou não é?" vindos da torcida.

No sábado (17), o atleta carioca usou as redes sociais para desabafar sobre o caso. "Demorei a escrever porque eu precisava digerir o que aconteceu naquela quadra, no ambiente que mais amo estar sofri ataques homofóbicos continuadamente e pela primeira vez na vida não consegui reagir", contou Anderson.

A partida, pela 2ª etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, era disputada por Anderson e o goiano Lyan, contra a dupla Luizão (AM) e Fabiano (PE). Os adversários venceram por 2 sets a 0 (21/15 e 21/19).

"Perdi o chão. Perdi a bola. Perdi o jogo. Mas não a minha força em estar aqui dividindo com vocês um crime explícito", disse ele. "Eu tenho muito orgulho de ser quem eu sou, do jeito que sou e assim como eu todos têm o direito de serem respeitados".

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) emitiu nota em que lamentou o ocorrido e afirmou que vai encaminhar o caso para o Ministério Público. As imagens também foram usadas para protocolar um boletim de ocorrência em uma delegacia de Recife.

"A CBV reforça que não admite qualquer tipo de preconceito, entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como respeito, tolerância e igualdade; e agirá sempre para coibir qualquer manifestação discriminatória em seus eventos", diz a nota.

O Banco do Brasil, patrocinador oficial da competição, também se pronunciou. "O Banco do Brasil patrocina o esporte por acreditar nele como espaço em que existe respeito e dignidade entre as pessoas. Qualquer ato que afronte esses princípios terá o repúdio do BB", disse o banco em uma postagem nas redes sociais.