PL oficializa coronel Mello Araújo como vice de Nunes; militar é indicado por Bolsonaro
Comandante da Rota entre 2017 e 2019, Mello foi investigado pelo Ministério Público do Trabalho por denúncias de coerção e assédio
O Partido Liberal oficializou o coronel Ricardo Mello Araújo como pré-candidato a vice-prefeito da chapa do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que busca reeleição. O anúncio ocorreu na noite de segunda-feira (22), durante a convenção do diretório municipal da sigla, realizada na Câmara Municipal.
Com mais de 800 pessoas presentes, a convenção também oficializou os pré-candidatos a vereador do PL. No total, a chapa Nunes e Mello Araújo tem o apoio de 12 partidos e 700 pré-candidatos ao Legislativo.
No discurso, o coronel Mello afirmou que "não tem medo de desafio" e que será uma honra poder trabalhar por São Paulo. Vale lembrar que apenas podem ser chamar de candidatos aqueles que estão registrados na Justiça Eleitoral. O prazo para oficialização é até 5 de agosto.
Quem é o coronel Mello?
Coronel da reserva da Polícia Militar, foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), a tropa de elite da PM paulista, entre 2017 e 2019.
Em 2017, o militar defendeu, em uma entrevista ao UOL, que os policiais devem realizar abordagens diferentes ao atuar na periferia ou em bairros nobres.
"Se eu coloco um [policial] da periferia para lidar, falar com a mesma forma, com a mesma linguagem, que uma pessoa da periferia fala aqui no Jardins, ele pode estar sendo grosseiro com uma pessoa do Jardins que está ali, andando", declarou ao jornalista Luís Adorno.
Em 2020, foi indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) para assumir o comando da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), o maior centro de abastecimento de alimentos da América Latina.
Ele também foi alvo de uma investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) dois anos depois, por denúncias de coerção e assédio contra funcionários sindicalistas. Trabalhadores relataram circulação frequente de policiais armados na Ceagesp e até ameaças de morte.
Mello foi exonerado do cargo em 6 de janeiro de 2023, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).