PB: PSDB tenta evitar novo mandato do PSB e voltar ao governo
Com João Azevêdo, socialistas buscam quarto mandato consecutivo; tucanos estão fora há 13 anos
Na Paraíba, os eleitores decidirão neste domingo (30.out) se o Partido Socialista Brasileiro (PSB) terá o quarto mandato consecutivo no governo do estado ou se o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) voltará ao Executivo após 13 anos. Se enfrentam, no segundo turno, o atual governador, João Azevêdo Filho, e o deputado federal tucano Pedro Cunha Lima (PB).
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João Azevêdo foi o mais votado no primeiro turno, com 39,65% dos votos (ou 863.174), contra 23,90% (ou 520.155) do integrante do PSDB. O primeiro político nasceu em 14 de agosto de 1953, em João Pessoa. Se graduou em engenharia civil pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 1978, e se pós-graduou em metodologia do ensino técnico. É professor aposentado do Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFPB) e, desde 2019, governador da Paraíba; foi eleito com 1.119.758 votos. Em sua trajetória, tem atuações ainda como diretor da Divisão de Planejamento Habitacional do IPEP, chefe da Assessoria de Planejamento Econômico da Urban, secretário de Serviço Urbanos de João Pessoa e secretário estadual da Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia, entre outros.
Concorre, neste ano, pela coligação Juntos pela Paraíba (PSB/Agir 36/PP/Avante/PMN/PSD/Solidariedade/Podemos/Republicanos/Patriota/Pros), com Lucas Ribeiro (PP) como vice. Já Pedro Cunha Lima nasceu em 15 de agosto de 1988, em Campina Grande (PB). É mestre em direito constitucional e, desde 2015, deputado federal pela Paraíba; foi reeleito com 76.754 votos, em 2018. Em sua trajetória, tem atuação ainda como sócio do Cunha Lima & Targino Advogados Associados. Concorre, neste ano, pela coligação Coragem para Mudar (PDT/PSDB/Cidadania/União/PMB/PSC/PTB/Pros), com Domiciano Cabral (Cidadania) como vice.
O PSB está no governo da Paraíba desde 2011, primeiro ano do mandato de Ricardo Coutinho, que se reelegeu em 2014 e permaneceu no cargo até passá-lo para João Azevêdo, em 2019. Já o PSDB esteve pela última vez em 2009: Cássio Cunha Lima, pai de Rodrigo Cunha Lima, foi governador paraibano pelo partido de 2003 até aquele ano, quando precisou deixar o segundo mandato por ter sido considerado inelegível pela Justiça.
Como a diferença entre os políticos do PSB e PSDB foi de 343 mil votos no primeiro turno, em 2 de outubro, e os outros seis candidatos somaram mais de 793 mil votos, a definição dos apoios pode decidir o resultado da eleição. João Azevêdo fechou acordo com o Psol. Já Pedro da Cunha Lima recebeu apoio do MDB.
Na eleição presidencial, o atual governador tem uma aliança com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o primeiro turno. O deputado federal, por sua vez, optou pela neutralidade no segundo turno da disputa nacional. A família deste é tradicional na política da Paraíba, visto que seu avô Ronaldo Cunha Lima foi chefe do Executivo estadual também (1991-1994), e o pai foi senador ainda.
Campanha e propostas
João Azevêdo e Pedro Cunha Lima participaram de dois debates promovidos pela TV Tambaú, afiliada do SBT na Paraíba. No do primeiro turno, em 15 de setembro, o atual governador foi alvo de todos os outros participantes. Os temas principais das controvérsias foram segurança pública, saúde, concursos, educação e impostos. A oposição traçou um quadro caótico, e o governador relatou realizações, desenhando um quadro de satisfação. Todos os participantes buscaram isolar Pedro Cunha Lima, não dirigindo perguntas a ele, seja para não valorizá-lo na reta final da campanha ou por razões ideológicas. O tucano manteve o tom calmo a todo momento e adotou tática de defender planos de governo, evitar brigas e focar na educação. Disse que a Paraíba está cansada de brigas. O debate do segundo turno foi realizado na última 3ª feira (25.out).
Entre as diretrizes do plano de governo de João Azevêdo para um eventual segundo mandato, estão ampliar o Programa Alfabetiza PB; fortalecer a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB); realizar concurso público para as forças de segurança pública e defesa social; e ampliar o programa de fomento rural Incluir Paraíba. Já entre as do adversário, estão a democratização do acesso à educação com ampliação da permanência e da qualidade pedagógica e social; buscar ampliar de forma significativa os investimentos e a atenção à primeira infância; estabelecer parcerias para otimizar a iluminação pública de espaços urbanos e rurais; e apoiar as prefeituras municipais na criação de projetos básicos e executivos para sistemas de drenagem urbana.